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Devoção a Nossa Senhora – Comentários à Salve Rainha – ( I Parte)

 

“Nossa Senhora do Bom Sucesso”
Capela da Casa Monte Carmelo,
dos Arautos do Evangelho, Caieiras – SP.

Salve, Rainha, Mãe de misericórdia,vida, doçura e esperança nossa, salve!

A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva. A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.

Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei.

E depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria.

V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo

Sem sombra de dúvida, é esta uma das mais belas orações marianas, recitada todos os dias pelos católicos no mundo inteiro, ao apresentarem suas súplicas à Virgem Santíssima. Bela pela sua simplicidade; bela, ao mesmo tempo, porque exprime as principais Verdadesrelacionadas à intercessão que Nossa Senhora exerce por nós junto a seu Divino Filho a cada instante. Como nas Bodas de Caná (Cf. Jo 2,1-11), mesmo antes de pedirmos, Ela se preocupa em socorrer as necessidades de seus filhos. A riqueza dessa oração nos recorda o nosso estado de pobres pecadores, necessitados da misericórdia de Deus; nos remete, ainda, à memória de nosso fim último: participar da vida bem-aventurada de Deus, (1) no céu, por toda a eternidade.

Por um piedoso costume popular, a Salve, Rainha é recitada ao final do Terço, como que coroando com uma suave, mas ardente súplica a devoção na qual meditamos os principais mistérios da nossa Redenção. Mas, infelizmente, pode ocorrer de ser rezada precipitadamente, sem a devida atenção a seus ricos e maravilhosos aspectos e, assim, muitas pessoas podem deixar de saborear toda a beleza contida em suas magníficas palavras.

A vivacidade é uma característica da Língua, não só Portuguesa, mas de todas as línguas faladas no mundo, e, por este aspecto, certas palavras muito bem empregadas na oração, já não fazem parte do vocabulário cotidiano da maioria das pessoas, principalmente dos mais jovens: “bradar”, “degredados”, “desterro” etc., não são palavras tão comuns e exigem certo esforço para serem bem compreendidas, para que não sejam repetidas apenas maquinalmente.

Sem deter-se friamente no mero significado das palavras dessa linda oração, mas procurando abarcar todo o seu significado – principalmente espiritual, o Blog dos Arautos do Evangelho de Maringá irá compartilhar com seus leitores alguns comentários à Salve Rainha, na seção Devoção a Nossa Senhora. Esses comentários serão extraídos de excelentes autores, entre os quais alguns santos – que se destacaram na História da Igreja por sua devoção marial.

Fazemos votos que nossos leitores possam aproveitar e, a partir da leitura e estudos desses comentários, aumentar cada vez mais o seu amor a Nossa Rainha Celeste, tendo-a constantemente como sua Advogada, até que tenhamos atravessado este “vale de lágrimas” e chegado, finalmente à nossa Pátria Celeste.

Origem da Salve, Rainha.

“Esta bela e graciosa oração da Salve, Rainha, por alguns atribuída ao Bispo Ademar de Puy (+1098), tem por autor a Hermano Contracto (+1054), monge beneditino do convento de Reichenau, no lago de Constança. Dele temos também certamente a admirável melodia. Já os primeiros Cruzados cantaram-na em 1099, o que mostra que o povo também a conhecia. Durante os séculos XII e XIII, mais e mais se espalhou o costume de cantá-la logo após as Completas. Assim faziam os Cistercienses desde 1218 e os Dominicanos desde 1226. Em 1239 o Papa Gregório IX introduziu esse cântico nas igrejas de Roma. Encaminhavam-se os monges, de velas acesas, para um altar lateral e aí o entoavam. No começo o hino dizia: Salve Rainha de Misericórdia. No século XVI introduziu-se-lhe a palavra mãe. Desde então lê-se no Breviário Romano: Salve Rainha, Mãe de Misericórdia. (2)

 

São Bernardo de Claraval, chamado Doutor Mariano

A parte final da Salve, Rainha, “ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre virgem, Maria” é comumente atribuída a São Bernardo de Claraval, grande Doutor da Igreja, que viveu entre os séculos XI e XII (1091-1153), que tinha um tal amor e tal devoção a Nossa Senhora, que é chamado doutor Mariano (3)

Prof. João Celso


Na próxima parte: “Salve, Rainha, Mãe de Misericórdia”

1 – Catecismo da Igreja Católica, Prólogo.
 
2 – Santo Afonso de Ligório. Glórias de Maria. Editora Santuário, Aparecida, SP. 3ª.ed. 1989, P. 34 (Nota do tradutor).
3 – Bento XVI. Angelus. Castel Gandolfo, 20 de Agosto de 2006. Disponível em www.vatican.va

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A Jesus, pelas mãos de Maria!

Foi por intermédio da Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por meio dela que ele deve reinar no mundo (Tratado, Introdução, n. 1).

Assim inicia S. Luís Maria G. de Montfort o seu magistral Tratado da Verdadeira Devoção. Toda a finalidade do livro e toda a intenção que o grande santo mariano teve em escrevê-lo já estão anunciadas nessas ardentes palavras. Confessando “com toda a Igreja que Maria é uma pura criatura saída das mãos de Deus (Cap. I n. 14), o santo nos aponta para a necessidade da profunda devoção a Nossa Senhora, pois “por meio de Maria, Deus Pai quer que aumente sempre o número de seus filhos, até à consumação dos séculos” (n.29)

Com profunda gratidão a Nossa Senhora, temos visto nos últimos anos, centenas de pessoas buscando seguir esses abrasadores conselhos de S. Luís. Os Arautos do Evangelho, em Maringá, na medida de suas possibilidades, têm procurado reunir essas pessoas, proporcionando a elas a oportunidade de estudarem o Tratado, para que, assim, após sérias reflexões, abraçar esse “caminho fácil, curto, perfeito e seguro” para irem até Jesus Cristo (Tratado, Cap. V).

Esta Devoção, bastante difundida no mundo católico foi especialmente incentivada e praticada pelo Beato João Paulo II, o qual, no discurso aos participantes do VIII Colóquio Internacional de Mariologia, assim se expressou:

“São Luís Maria Grignion de Montfort constitui para mim uma significativa figura de referência, que me iluminou em momentos importantes da vida. Quando, como seminarista clandestino, eu trabalhava na fábrica Solvay de Cracóvia, o meu director espiritual aconselhou-me a meditar sobre o Tratado da verdadeira devoção à Santa Virgem.Li e reli muitas vezes, e com grande proveito espiritual, este precioso livrinho ascético de capa azul que se tinha manchado de soda. Ao situar a Mãe de Cristo em relação ao mistério trinitário, Montfort ajudou-me a entender que a Virgem pertence ao plano da salvação por vontade do Pai, como Mãe do Verbo encarnado, por Ela concebido por obra do Espírito Santo. Toda a intervenção de Maria na obra da regeneração dos fiéis não se põe em competição com Cristo, mas d’Ele deriva e está ao seu serviço. A acção que Maria realiza no plano da salvação é sempre cristocêntrica, isto é, faz directamente referência a uma mediação que acontece em Cristo. Compreendi, então, que não podia excluir da minha vida a Mãe do Senhor, sem desatender a vontade de Deus-Trindade, que quis “iniciar e realizar” os grandes mistérios da história da salvação com a colaboração responsável e fiel da humilde Serva de Nazaré”2

Vemos que Nossa Senhora tem por esta Arquidiocese de Maringá, que se lhe consagra sob o título de Nossa Senhora da Glória, uma predileção especial; e que nestas terras, além de soja e milho em abundância, nascem também almas generosas, que reconhecem que Consagrar-se, nas palavras de Dom Murilo Krieger, nosso segundo arcebispo e atual arcebispo de Salvador “é imitar o gesto da Virgem Santíssima, que se entregou totalmente a Deus, (…) é refugiar-se sob a proteção da Santa Mãe de Deus, (…), é renovar os votos batismais, respeitando, pois a única mediação de Cristo e procurando a maturidade espiritual”. 3

Queremos aumentar cada vez mais o número desses filhos especialmente consagrados a Jesus Cristo, pelas mãos de Maria.

Portanto, neste mês de Fevereiro, a partir do dia 24 (domingo) daremos início a mais duas turmas que, durante 10 semanas ininterruptas irão preparar-se para essa Consagração, segundo o método de S. Luís Maria Grignion de Montfort. Essa preparação será realizada simultaneamente em dois locais: na Comunidade dos Arautos e na Paróquia N. Senhora da Liberdade. (veja os detalhes abaixo).

Se você também desejar que Maria Santíssima lance suas raízes na sua alma e nela produza “maravilhas de graça” (Tratado, n. 35), venha fazer a sua preparação!

Envie um e-mail para o endereço: arautosmaringa@uol.com.br indicando a sua preferência de local, que lhe encaminharemos a ficha de inscrição.

As vagas são limitadas!

Para conhecer mais sobre a Consagração, leia o excelente artigo do Revmo. Pe. Juan Carlos Casté, EP, no site dos Arautos! 4

(JC)

Consagração Solene 21 de Maio de 2012
Paróquia N.Sa. de Guadalupe – Maringá – PR

CURSO DE PREPARATÓRIO

Consagração a Jesus Cristo, pelas mãos de Maria

 

Início das Turmas: 24/02, domingo, das 15h30 às 16h30

Duração: 10 semanas.

Consagração Solene: 05 de Maio de 2013.

LOCAIS:

1) Comunidade dos Arautos em Maringá
Rua Jair do couto Costa, 15
Fone: 3028-6596
 
 
2) Paróquia N.Senhora da Liberdade – MaringáSalão Paroquial
Rua Júlio Mesquita, s/n – Praça da Capela – Jardim América – Maringá
Fones: 3031-7970 e 3031-7974 – Email: paroquialiberdade@hotmail.com
Secretária: Cleusa

 

Mande um e-mail para o endereço: arautosmaringa@uol.com.br, ou também, através dos comentários deste Blog que lhe enviaremos a Ficha de Inscrição.

 

1 S.Luís Maria Grignion de Montfort. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Petrópolis: Vozes, 38ª. Ed. 2009.
 
2 João Paulo II. DISCURSO DO SANTO PADRE AOS PARTICIPANTES NO VIII COLÓQUIO INTERNACIONAL DE MARIOLOGIA. Roma, 13 de outubro de 2000. Disponível em www.vatican.va
 
3 Dom Murilo S.R. Krieger, scj. Com Maria, a Mãe de Jesus. São Paulo: Paulinas, 2001. P. 308 e 309.
 
4 Pe. Juan Carlos Casté, EP. O prêmio da escravidão a Maria Santíssima. Disponível em: http://www.arautos.org/noticias/36438/O-premio-da-escravidao-a-Maria-Santissima
 

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Como foi o Carnaval… na Sede dos Arautos?

Podemos responder, considerando as palavras muito ilustrativas do Mons. João Clá, EP, ao comentar a passagem do Evangelho de São Marcos (6, 30-34):

“Ele disse-lhes: ‘Vinde à parte, a um lugar solitário, e descansai um pouco’. Deus mais nos visita no recolhimento do que nas atividades externas. Em geral, nossa vida sobrenatural dá passos mais firmes e decididos no silêncio do que em meio às ações”. (1)

Foi isto o que puderam experimentar os que participaram do Retiro espiritual na Casa dos Arautos, pregado pelo Pe. Julio Ubellode, EP, durante o Carnaval.

Missa de Quarta-feira de Cinzas

Entre outras atividades, os Arautos com seu coral realizaram a animação litúrgica na Missa de Quarta-feira de Cinzas, na Paróquia Menino Jesus de Praga e São Francisco Xavier, às 15 horas, celebrada pelo Padre Roberto Takeshi, EP. Com as bênçãos de Nosso Senhor, a igreja contava com a presença devota cerca de 400 fiéis.

 

Confissões

Duas filas de fiéis, durante toda a Eucaristia – e até antes e depois da celebração – acresciam-se junto aos Sacerdotes que ministravam o Sacramento da Penitência. Realmente, o inicio da Quaresma foi carregado de uma revoada de anjos!

(1) Fonte: Agenda 2011 – 10º Aniversário da Aprovação Pontifícia – (Frases do dia: 5/2/2011).

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Por que a Cruz atrai tanto?

Vemos em nossos dias as multidões, especialmente jovens e adolescentes, acorrerem em torno dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude: a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora. Estes principais símbolos da JMJ têm peregrinado por inúmeras dioceses, recentemente a Arquidiocese de Maringá e a Diocese de Campo Mourão. Especialmente nesta última, estiveram os jovens Arautos da Cidade Canção, com sua banda, participando da carreata acolhedora, desde a Paróquia Nossa Senhora do Caravágio até a Catedral de São José.

Quanto entusiasmo, devoção e fé! Ao vermos as pessoas assim atraídas pela Cruz de Nosso Senhor e pelo ícone de Sua Mãe Santíssima, talvez pudéssemos nos perguntar: por que a Cruz atraí tanto?

Com efeito, ao passarmos pelas páginas da História, contemplamos Alguém, pregado no instrumento de suplício daquele que era o símbolo da abjeção: a cruz. Sim, a cruz, destinada como pena capital aos criminosos e aplicada como castigo por atos violentos e até sanguinários. E, a partir do momento em que o Inocente por excelência, nela preso dolorosamente por três cravos, derramou seu sangue infinitamente precioso, para nos remir de nossos pecados, esta cruz se transformou no mais magnífico símbolo da salvação e da glória. “[…] pela cruz, chegar à luz que não conhece ocaso”. (1)

A Cruz de Nosso Senhor realmente atrai… Atraiu os primeiros cristãos e mártires. Atraiu Santa Helena, mãe do imperador Constantino Magno, que por amor a Cristo, dirigiu-se em peregrinação à Terra Santa. Ordenando a santa imperatriz que se fizessem pesquisas e investigações para encontrar a Verdadeira Cruz de Nosso Senhor, determinando escavações no local do Santo Sepulcro e milagrosamente identificando, no ano de 326, qual das três cruzes ali encontradas era a do Deus Encarnado (a Igreja celebra a festa da Invenção da Santa Cruz no dia 3 de maio). (2)

Hoje a Cruz atrai as multidões de jovens e fiéis que se preparam para o encontro, na capital fluminense, da JMJ. (3) E atrairá, pelos séculos dos séculos, as pessoas que reconhecem e adoram a Jesus Cristo, Aquele que disse de si: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6)

Tomar a sua cruz

Mas afinal, qual o sentido desta atração da Cruz? O próprio Homem-Deus nos ensina: […] “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Mt 16, 24). É a cruz o símbolo para nós da renúncia a si mesmo e a entrega incondicional a Jesus Cristo. É a cruz a via pela qual, pela graça de Deus e mediante o nosso “sim”, cumprimos os Mandamentos e temos, com isto, como prêmio já nesta terra, a felicidade da paz de consciência pelo amor manifestado e o dever cumprido para com Deus e o próximo. Para isto é preciso muita graça, torrentes mesmo de graças. Portanto, rezemos Àquela que estava aos pés da Cruz, inseparável de Seu Divino Filho, e digamos: Senhora, “não permitais que de Vós e de Vosso Filho nos separemos”. Não permitais que nos separemos da Cruz de Jesus Cristo. Rogai por nós!

(1) Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja – Disponível em: http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_po.html – Acesso em 12/02/2013.
(2) KASUO, Roberto. Relíquias da Paixão. In Arautos do Evangelho, São Paulo, n. 27, p. 34-37, mar. 2004.
(3) Gaudium Press. Disponível em: http://www.gaudiumpress.org/content/29050-Rio-de-Janeiro-sera-a-sede-da-JMJ-2013. Acesso em: 12/02/2013.
 

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Chuva de graças!

O Retiro que se realiza durante estes dias de Carnaval na Casa dos Arautos de Maringá tem sido cumulado das melhores e abundantes graças concedidas por Nosso Senhor, a rogos de Sua Mãe Santíssima. Realmente uma chuva de graças!

A nota tônica tem sido de muito entusiasmo, o que se pode verificar tanto na participação

Participantes do Retiro, pregado pelo Pe. Julio Cameron Francisco Ubbelohde, EP.

atenta e devota nas meditações, quanto na alegria expressa nas fisionomias dos retirantes.

Aliás, neste domingo em especial, a contemplação das verdades da fé vieram de encontro com as leituras da Santa Missa: a graça de Deus, o perdão e a misericórdia, a confiança total em Nosso Senhor e a nossa redenção.

Não tenhas medo

Nosso Senhor continua a nos dizer: “Não tenhas medo” (Lc 5,10). Que Nossa Senhora obtenha os melhores frutos para este Retiro e a todos nós: a confiança e a fidelidade íntegra, total e inabalável no seguimento de Seu Divino Filho. Com Isaias, saibamos responder: “Aqui estou, envia-me” (6, 8).

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