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Como alcançar a perfeição do Pai Celeste?

A vida comporta, para ser vivida, muitas metas. Quem não tem sonhos, anseios, quer na vida familiar, social ou profissional? Quem não objetiva alcançar algo, para assim realizar-se?

Sim, uma vez que aqui estamos, sempre teremos em vista realizar algo. Claro que entre os tantos objetivos, a dificuldade aparece especialmente nos mais ousados.

Caro leitor, você já pensou qual entre as metas da vida, é a mais difícil para qualquer homem realizar?

Pois bem, vou lhe dizer qual é. Esta foi explicitada pelo Divino Salvador, assim como o caminho para alcançá-la, na leitura que Dele fazemos no VII Domingo do Tempo Comum, narrada por São Mateus (Mt 5, 38-48).

Jesus nos diz: “Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai é perfeito” (Mt. 5, 48).

Ora, sabemos que Deus Pai é a própria perfeição, a própria Santidade.  Como poderemos chegar a esta meta de nossa vida, a santidade?

Sagrado Coração de Jesus – Catedral de León – Espanha

A esta questão, Mons. João Clá Dias, EP, faz a seguinte abordagem: “Jesus formula a meta de nossa vida: imitar o Pai celeste, modelo absoluto de santidade, adequando a Ele nossa mentalidade, inclinações e desejos. Mas como seremos perfeitos como Deus é perfeito? Por que meio chegaremos até essa suprema perfeição, impossível para nossa débil natureza?”¹

E continua: “Por que reportar a tão elevado modelo? Ocorre que o Filho, a Segunda Pessoa da Trindade, o Verbo incriado, igual ao Pai, assumiu nossa natureza, e, sendo Homem, como Arquétipo da humanidade, reproduziu em Si a perfeição do Pai, instando-nos a fazer o mesmo”. ²

Sim, Jesus Cristo é o nosso arquétipo. Ou seja, Ele é nosso Mestre e nossa Luz, nosso modelo e Senhor.

Por isto, “devemos querer assemelhar-nos a Nosso Senhor, procurando ser perfeitos como Ele, para atender ao altíssimo convite feito no Sermão da Montanha. Este é o sentido da jaculatória que encontramos na Ladainha do Sagrado Coração: “Jesus, manso e humilde de Coração, fazei nosso coração semelhante ao vosso!” ³

Esta busca da semelhança com o Salvador deve transformar-nos realmente, santificando nossos pensamentos, anseios, atos e vida interior. Somos cristãos, mas não devemos ter esta dignidade somente como um título, mas nos tornarmos autenticamente outros cristos, fazendo valer a máxima: “Christianus alter Christus” (o cristão é um outro Cristo).

Do contrário, poderíamos receber do Redentor a admoestação presente nos dizeres expressos em um vitral da Catedral da histórica cidade de Lübeck, localizada na Alemanha:

Tu me chamas Mestre e não obedeces, Luz e não Me vês, Caminho e não Me segues, Vida e não Me desejas, Sábio e não Me escutas, Amável e não Me amas, Rico e não Me invocas, Eterno e não Me buscas, Justo e em Mim não confias, Nobre e não Me serves, Senhor e não Me adoras, Se Eu te condenar, não Me culpes!”

Imaculado Coração de Maria de Nossa Senhora de Fátima – Arautos do Evangelho

Diante desta suave censura, o leitor poderia sentir-se perplexo, numa espécie de encruzilhada, pois se de um lado Deus nos chama à perfeição, sabemos que faltam-nos as forças necessárias. Poderia inclusive questionar-se: qual o caminho verdadeiro e seguro para atingirmos tal perfeição, chegando assim ao que Nosso Senhor deseja de nós?

Conhecendo nossa fraqueza, o próprio Deus nos deixou um auxílio e uma escada para elevar-nos até Ele.

São Luis Maria G. de Montfort afirma de forma categórica que a devoção a Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe, é o caminho fácil, curto, perfeito e seguro para chegarmos à união com Nosso Senhor, e nisto consiste a perfeição do cristão 4.

Roguemos, pois, ao Sagrado Coração de Jesus, pela intercessão de Maria Santíssima, as graças por meio das quais atingiremos a perfeição, a meta que o Divino Mestre espera de nós.

Por Adilson Costa da Costa

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¹ Mons. João S. Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. II, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 95.

² idem, p. 95.

³ idem, p. 95-96.

4 São Luís Maria G. de Montfort. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. 42ª ed. Petrópolis: Vozes, 2012, p. 147.

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