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Uma Mãe que reza por você

Neste período litúrgico do Tempo Comum, somos convidados a contemplar inúmeros milagres operados por Nosso Senhor Jesus Cristo, que concorrem para provar, de maneira fabulosa, a sua divindade.

Entre estes milagres um especialmente, narrado pelo evangelista São Lucas (7, 1-10), atrai-nos a atenção: a cura do empregado do centurião romano. E vários são os admiráveis aspectos que nos evoca esta cura: feita à distância por Jesus, além do que restituída a saúde perfeita daquele servo (o que não era comum numa cura milagrosa que se dava pela intercessão dos fariseus, sendo que algumas seqüelas permaneciam da doença), a humildade do centurião que, embora autoridade cheia de prestígio em Cafarnaum, reconhece-se indigno de se aproximar de Jesus ou de recebê-Lo em sua casa; e ainda, a própria admiração de Nosso Senhor sobre a fé do centurião na Divindade. Enfim, quantas maravilhas!

Face à impossibilidade de nos aprofundarmos na contemplação de todas estas belezas, pois a dimensão de um artigo não as comporta, deitemos nossa atenção para um aspecto talvez ainda insuficientemente considerado, no entanto rico e benfazejo para nossa vida espiritual e nossa própria existência humana.

Qual é este aspecto? Trata-se de uma “peculiaridade”, no dizer de Mons. João S. Clá Dias, um pormenor, no entanto muito alentador como poderemos verificar. É a realização do milagre feito por Jesus, pela intercessão de alguém cheio de fé e confiança no Salvador, em favor de outro, em atenção à fé do intercessor pedinte e não do beneficiado: “[…] repete-se, no caso, uma peculiaridade que já havia movido Jesus a realizar outros milagres, como a cura da sogra de Pedro (cf. 4, 38-39), ou o restabelecimento e perdão dos pecados do paralítico descido pela abertura de um teto (cf. Mc 2, 3-5): o Salvador não exige dos enfermos a manifestação do desejo de serem curados, bastando-lhe a fé dos intercessores” (1) [grifos nossos].

Com efeito, o Evangelho expressa a estima que o oficial romano tinha por seu empregado, tendo assim intercedido por ele, porém não menciona a razão porque este serviçal não implorara sua própria cura, sendo possível que este não detivesse um conhecimento mais aprofundado de quem era Nosso Senhor – em decorrência do qual lhe faltaria a fé – ou mesmo por alguma impossibilidade física, não manifestou ele mesmo ao Mestre o desejo de ser curado.

Seja como for, o pedido simples, humilde e cheio de fé foi feito pelo seu senhor e aí o fato: Jesus curou em atenção a uma mediação. Ou seja, a mediação feita com humildade e fé traz benefícios para o outro. Em suma: eis a eficácia da “fé dos intercessores”. Ou seja, Nosso Senhor gosta que rezemos uns pelos ou outros e vê com olhos misericordiosos o pedido de uns para com seus semelhantes. Tanto assim que, quando solicitado por um dos discípulos que os ensinasse a rezar, Ele disse-lhes a Oração mais bela da História e da piedade cristã (Lc 11, 2-4) e a mais agradável a Deus (2), porque ensinada pelo próprio Homem-Deus, na qual aconselha-nos a nos dirigirmos ao Pai Nosso e pedirmos por todos, e não somente para si, individualmente.

Eis aí, com efeito, o papel dos intercessores, daqueles que pedem a Deus pelo próximo, que dirigem súplicas ao Pai Eterno para que atenda as necessidades dos irmãos. A tal ponto é benéfico tal intercessão, que São Paulo assim se expressa em carta aos cristãos de Roma: “Rogo-vos, pois, irmãos, por Nosso Senhor Jesus Cristo, e pelo amor do Espírito Santo, que me ajudeis com as vossas orações por mim a Deus” (Rm 15, 30).

Isto para nós é de uma motivação, fortalecimento e consolidação em nós da esperança, virtude teologal “pela qual confiamos alcançar de Deus a vida eterna e os meios necessários para consegui-la” (3). Pois, se é verdade que em certos momentos, nos sintamos desestimulados devido às nossas falhas ou faltas para com Deus, podemos nos consolar, pois o Deus da Misericórdia estará aberto à prece feita pelos outros em nosso favor. Seja o pai, a mãe, um irmão, uma irmã, um amigo nosso ou até um desconhecido, alguém enfim que reze e peça por nós com fé, e sem que até o saibamos, recebemos favores e graças de Deus em quantidade e qualidade excelentes. Oh! Que maravilha, em relação à qual só poderemos tomar inteira ciência quando no Céu estivermos, pela bondade de Deus, conhecendo aqueles que nos fizeram bem e intercederam por nós. Quanta alegria!

Mas, a ti caro leitor, que porventura se julgue desamparado, sem parentes e amigos ou desconhecidos seu, que peçam por você… Realmente uma triste situação, pensará. No entanto, ainda que tal situação tivesse uma verossimilhança – uma aparência de verdade – absolutamente falando, isto não é assim. Poderia então acrescer: real ou hipotético, não tenho quem reze e interceda por mim!

Sim, você, eu, qualquer homem, mulher, criança, adolescente ou adulto da face da terra, tem alguém que pede por cada um em particular. Sendo que, com uma diferença, em relação à pessoa que é intercessora: não se trata do centurião romano, nem dos discípulos, no caso da sogra de Pedro, nem mesmo dos amigos do paralítico, casos que já mencionamos e que são descritos no Evangelho.

Mas, afinal, quem é esta pessoa que intercede por nós?

Mãe do Divino Amor
Paróquia de San Guinés – Madri – Espanha

É Maria, Mãe espiritual dos homens, é a nossa Mãe! “Maria é […] nossa Mãe verdadeira, não propriamente carnal, mas espiritual; não natural, mas sobrenatural. Esta verdade é a conseqüência lógica, necessária, da cooperação de Maria para a nossa Redenção, ou seja, nossa regeneração para a vida da graça”, conforme sacerdote mariano. (4)

A intercessão de Maria é universal, não discrimina ninguém, sempre aberta a todos e pedindo por todos, pobres, ricos, inteligentes, ignorantes, santos e pecadores, o que for; Ela é Mãe, a melhor de todas as mães. Vejamos de que forma São Luís Maria G. de Montfort descreve o amor de Maria Santíssima para conosco:

Ela os ama ternamente, e com mais ternura que todas as mães juntas. Acumulai de se puderdes, num só coração materno e por um filho único, todo amor natural que todas as mães deste mundo têm por seus filhos: sem dúvida essa mãe amaria muito esse filho. É verdade, entretanto, que Maria ama ainda mais ternamente seus filhos do que aquela mãe amaria o seu. Ela não os ama somente com afeição, mas também com eficácia. (5)

E por que Nossa Senhora é nossa medianeira? Nos responde, em consonância com o sentir comum dos teólogos, Mons. João Clá Dias: “É, pois, em conseqüência de sua cooperação no sacrifício redentor de Cristo Jesus, e de sua maternidade espiritual sobre todos os redimidos, que Maria adquiriu os títulos de Medianeira e Dispensadora universal de todas as graças…”. (6)

Esta doutrina está consignada de modo expresso e claro no Catecismo da Igreja Católica, quando ensina:

Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que ela fielmente prestou na anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve, até a perpétua consumação de todos os eleitos. Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. (…) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira. (7)

Eis a maravilhosa lição que podemos tirar a propósito destas considerações que fizemos a partir da contemplação de Jesus operando seus milagres a rogos de intercessores e mediadores, subindo para a mais alta das mediações: temos uma Mãe que reza por você, uma Mãe que reza por mim. Diante de tal misericórdia divina, precisaremos a eternidade para agradecer tamanha dádiva. A Mãe de Deus e nossa pede por nós. Que poderemos nós temer?

Sigamos o conselho que nos dá São Bernardo, o Doutor melífluo, invocando sempre Maria, a Estrela do Mar, por nós e pelos outros, confiando inteiramente em sua intercessão:

E o nome da Virgem era Maria (Lc. 1, 27). Falemos um pouco deste nome que significa, segundo se diz, Estrela do mar, e que convém maravilhosamente à Virgem Mãe… Ela é verdadeiramente esta esplêndida estrela que devia se levantar sobre a imensidade do mar, toda brilhante por seus méritos, radiante por seus exemplos.

Ó tu, quem quer que sejas, que te sentes longe da terra firme, arrastado pelas ondas deste mundo, no meio das borrascas e tempestades, se não queres soçobrar, não tires os olhos da luz desta estrela.

Se o vento das tentações se levanta, se o escolho das tribulações se interpõe em teu caminho, olha a estrela, invoca Maria.

Se és balouçado pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, da inveja, olha a estrela, invoca Maria.

Se a cólera, a avareza, os desejos impuros sacodem a frágil embarcação de tua alma, levanta os olhos para Maria.

Se, perturbado pela lembrança da enormidade de teus crimes, confuso à vista das torpezas de tua consciência, aterrorizado pelo medo do Juízo, começas a te deixar arrastar pelo turbilhão da tristeza, a despenhar no abismo do desespero, pensa em Maria.

Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria.

Que seu nome nunca se afaste de teus lábios, jamais abandone teu coração; e para alcançar o socorro da intercessão dEla, não negligencies os exemplos de sua vida.

Seguindo-A, não te transviarás; rezando a Ela, não desesperarás; pensando nEla, evitarás todo erro.

Se Ela te sustenta, não cairás; se Ela te protege, nada terás a temer; se Ela te conduz, não te cansarás; se Ela te é favorável, alcançarás o fim.

E assim verificarás, por tua própria experiência, com quanta razão foi dito: “E o nome da Virgem era Maria. (8)

Por Adilson Costa da Costa

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(1) Mons. João S, Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. VI, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p. 128.
 (2) Segundo Catecismo da Doutrina Cristã. Do Pai Nosso. 117ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 38.
 (3) Segundo Catecismo da Doutrina Cristã. Da Esperança. 117ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 100.
 (4) Padre Gabriel Roschini. Instruções Marianas. São Paulo: Paulinas, 1960, p 72.
 (5) São Luís Maria G. de Montfort. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. 42ª ed. Petrópolis: Vozes, 2012, p. 195.
 (6) Mons. João S. Clá Dias, EP. Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado. v. II, 2ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2011, p. 125.
 (7) Catecismo da Igreja Católica. A maternidade de Maria com relação à Igreja: n. 969. 11ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001, p. 273-274.
 (8) São Bernardo. A Maria Estrela do Mar. Disponível em: <http://oracoes.arautos.org/2011/10/a-maria-estrela-do-mar/>. Acesso em 31 maio 2013.

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A ascensão do corpo glorioso e a liberdade de voar

Quantos de nós ao contemplarmos a natureza, tão rica em espécies de toda ordem, seja em minerais, vegetais ou animais não ficamos por vezes “paralisados”, encantados com sua beleza? Tanto na infância ou na idade madura, nossos olhos não poucas vezes se deixam enlevar, por exemplo dentro do reino animal, pelo vôo dos pássaros: às vezes uma andorinha (ou várias) que “comunicando” uma jovialidade efusiva ao percorrer os espaços aéreos, parece cantar a alegria de voar; ou ainda certas espécies de gavião com seu vôo assinalado por uma agilidade, decisão e velocidade próprias. Enfim, tal é o número destes animais bípedes e revestidos de penas igualmente tão diversificadas pelo colorido, que sem dúvida nos atraem a atenção.

Esta admiração traz consigo – e historicamente a humanidade se lançou em busca, através dos mais diversos engenhos – um pensamento, ainda que fugidio e nem sempre tão explicitado por todos: como deve ser atraente vivenciar este vôo dos pássaros; como seria interessante se assim nós humanos, tão presos na terra e sujeitos à Lei da Gravidade – a famosa lei da gravitação universal do não menos famoso cientista, físico e matemático Isaac Newton – que nos puxa para baixo. Como seria interessante, repito, tivéssemos a propriedade de, sem outros recursos tecnológicos, por nós mesmos a capacidade de voar, de subir, de se lançar ao ar e percorrer as distâncias e deitar do alto o olhar sobre as coisas aqui na terra, com uma visão privilegiada a busca de novos horizontes maravilhosos! Mas, postas as coisas como são, limitamo-nos a exclamar: Ah! Se pudéssemos voar, se pudéssemos subir…

A realização deste desejo de voar por nós mesmos, não é algo tão distante. Alguém poderia sorrir, pensando que estivéssemos brincando. Não, na realidade maior de nossa existência, este voar, subir e elevar-se com seu próprio corpo às alturas um dia se dará. Como?

Estas considerações nos vêm à tona justamente a propósito deste tempo litúrgico, carregado de alegria sobrenatural, constituído de cinqüenta dias que é o Tempo Pascal; e mais propriamente da contemplação tanto da Ressurreição quanto da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Com efeito, sabemos que Nosso Senhor Jesus Cristo “ressuscitou ao terceiro dia” (5º. Artigo do Credo) e “subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso” (6º. Artigo do Credo) (1). Estas celebrações nos remetem, entre os múltiplos aspectos de caráter sobrenatural e marcados pela glorificação do Homem-Deus, à contemplação enlevada do Corpo glorioso de Jesus Cristo.

Ora, quando Nosso Senhor, depois de passada sua Paixão e Morte na Cruz, nas quais suportou as dores e sofrimentos no seu Corpo padecente, ressuscitou e agora se apresenta aos seus discípulos com o Corpo glorioso:

Jesus ressuscitado estabelece com seus discípulos relações diretas, em que estes o apalpam e com Eles comem. Convida-os, com isso, a reconhecer que Ele não é um espírito, mas sobretudo a constatar que o corpo ressuscitado com o qual Ele se apresenta a eles é o mesmo que foi martirizado e crucificado, pois ainda traz as marcas de sua Paixão. Contudo, este corpo autêntico e real, possui, ao mesmo tempo, as propriedades novas de um corpo glorioso: não está situado no espaço e no tempo, mas pode tornar-se presente a seu modo, onde e quando quiser, pois sua humanidade não pode mais ficar presa à terra, mas já pertence exclusivamente ao domínio divino do Pai. Por esta razão também Jesus ressuscitado é soberanamente livre de aparecer como quiser: sob a aparência de um jardineiro ou de outra forma (MC 16, 12), diferente das que eram familiares aos discípulos, e isto precisamente para suscitar-lhes a fé. (2) [grifo nosso]

 Quais seriam estas “propriedades novas” de seu corpo glorioso? Para termos uma resposta, útil é buscar em São Tomás de Aquino as características de um corpo glorioso:

Vemos que da alma quatro coisas provêm ao corpo, e tanto mais perfeitamente quanto mais vigorosa é a alma. Primeiramente lhe dá o ser; portanto, quando a alma alcançar o sumo da perfeição, dar-lhe-á um ser espiritual. Segunda, preserva-o da corrupção […]; logo, quando ela for perfeitíssima, conservará o corpo inteiramente impassível. Terceira, lhe dá formosura e esplendor […]; e quando chegar à suma perfeição, tornará o corpo luminoso e refulgente. Quarta, lhe dá movimento, e tanto mais ligeiro será o corpo quanto mais potente for o vigor da alma sobre ele. Por isso, quando a alma já estiver no extremo de sua perfeição, dará ao corpo agilidade (3). [grifo nosso]

Contemplemos, para efeito desta nossa abordagem, a quarta característica do corpo glorioso: agilidade. Por esta qualidade o corpo glorioso move-se para todos os campos, translada-se com a velocidade do pensamento para onde queira e sem nenhum auxílio; foi na virtude desta qualidade que Nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao Céu na Ascensão. De igual modo Maria Santíssima subiu ao céu por sua própria agilidade na condição de corpo glorioso. Nossa Senhora ascendeu aos céus acompanhada dos Anjos da corte celeste, não para auxiliá-La mas fazendo-Lhe guarda de honra, pois Sua força foi concedida pelo Criador.

Neste momento o leitor pode suscitar uma dúvida: teremos nós também esta capacidade de subirmos, elevarmos e com uma agilidade maior do que observamos nos pássaros de que considerávamos e para além mesmo destes espaços aéreos que nossos olhos contemplam? Quando será isto possível?

Podemos encontrar a resposta nas palavras do Beato João Paulo II:

Assim, em Cristo «todos ressuscitarão com os corpos de que agora estão revestidos» (Concílio Lateranense IV: DS 801), mas este nosso corpo será transfigurado em corpo glorioso (cf. Fl 3, 21), em «corpo espiritual» (1 Cor 15, 44). Paulo, na primeira Carta aos Coríntios, àqueles que lhe perguntam: «Como ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo voltam eles?», responde servindo-se da imagem da semente que morre para se abrir à nova vida: «O que semeias não torna vida, se primeiro não morrer. E o que semeias não é o corpo que há-de vir, mas sim um grão simples de trigo, por exemplo, ou de qualquer outra espécie […]. Assim também é a ressurreição: semeia-se na corrupção e ressuscita-se na incorrupção. Semeia-se na ignomínia e ressuscita-se na glória. Semeia-se na fraqueza, ressuscita-se na força. Semeia-se corpo natural e ressuscita-se corpo espiritual […]. É necessário que este corpo incorruptível se revista de incorruptibilidade, e que este corpo mortal se revista de imortalidade» (1 Cor 15, 36-37.42-44.52). (4)

 Sim, chegará o grande dia em que se dará este fato grandioso, divino: nós ressuscitaremos com o corpo glorioso, pelo poder dAquele que triunfou sobre a morte e ascendeu ao Céu. Para esta verdade de fé, o nosso Fundador dos Arautos do Evangelho, Mons. João Sconamiglio Clá Dias, em sua obra “Inédito sobre os Evangelhos” sublinha as palavras de São Tomás de Aquino:

[…] pelo fato de Cristo ter elevado ao Céu sua natureza humana assumida, deu-nos a esperança de lá chegarmos, porque “onde quer que esteja o corpo, ali se reunirão as águias”, como diz Mateus. Por isso, diz também o livro de Miquéias “Já subiu, diante deles Aquele que abre o caminho” (5).

 Assim, após termos contemplado as águias deste vale de lágrimas, no dia da Ressurreição dos mortos, voaremos com uma agilidade incomparavelmente maior do que quaisquer criaturas meramente corpóreas, para junto daqueles que nos antecederam na entrada ao Céu com sua alma e corpo, Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Mãe Santíssima.

Adilson Costa

1. Segundo Catecismo da Doutrina Cristã. Primeira Parte: do Credo. 117. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2007, p. 13.
2. Catecismo da Igreja Católica. O Estado da Humanidade Ressuscitada de Cristo: n. 645. 11. Ed. São Paulo: Loyola, 2001, p. 185.
3. São Tomás de Aquino, Super Epistolas S. Pauli lectura, t. 1: Super primam Epistolam ad Corinthios lectura, cap. 15, 1.6
4. Audiência de João Paulo II, 4 de novembro de 1988. Disponível em: <http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/1998/documents/hf_jp-ii_aud_04111998_po.html>. Acesso em 08 mai. 2013.
5. Mons. João Sconamiglio Clá Dias. Inédito sobre os Evangelhos: comentários aos Evangelhos dominiciais. v. V. Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana; São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p. 350.

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“Estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 1,18)

Muito a propósito e de acordo com as meditações e celebrações do Tríduo Pascal, nos chega – enviada por um amigo, a Homilia do Padre Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, por ocasião da celebração da Paixão do Senhor em 6/4/2012[1]. As palavras são mais atuais do que nunca, uma vez que se trata dos ensinamentos do Magistério do Corpo Místico de Cristo, cuja Cabeça é Cristo, e nos ensina palavras de vida eterna.

 Contemplemos a Paixão de Cristo, nutrindo-nos das maravilhas que Nosso Senhor nos concede pelo seu Sangue infinitamente precioso derramado na Cruz e peçamos à Mãe Dolorosa que interceda sempre por nós, obtenha-nos um coração contrito e humilhado, já nesta terra um prenúncio do céu – que é a paz de consciência e, por fim, passados os dias neste vale de lágrimas, o Paraíso Celeste, a visão de Deus face à face.

Alguns Padres da Igreja colocaram numa imagem todo o mistério da redenção. Imagina, dizem, que aconteceu, no estádio, uma luta épica. Um herói enfrentou o cruel tirano que escravizava a cidade e, com enorme esforço e sofrimento, o venceu. Você estava na arquibancada, não lutou, não se esforçou e nem teve feridas. Mas, se você admira o herói, se se alegra com ele pela vitória, se tece-lhe uma coroa, se anima e exalta a platéia por ele, se se ajoelha com alegria diante do vencedor, beija a sua cabeça e aperta a sua mão direita; em suma, se tanto se exalta por ele, a tal ponto de considerar como sua a vitória dele, eu lhe digo que você terá com certeza parte no prêmio do vencedor.

E tem mais: suponha que o vencedor não tenha nenhuma necessidade do prêmio que conquistou para si, mas que deseje, mais do que qualquer outra coisa, ver o seu admirador honrado e considere que o prêmio da sua luta seja a coroação do seu amigo, em tal caso aquele homem não terá talvez a coroa, mesmo sem ter lutado e sem ter feridas? Claro que vai! (Nicola Cabasilas, Vita in Christo, I, 9 (PG 150, 517).

Dessa forma, dizem esses Padres, acontece com Cristo e conosco. Ele, na cruz, derrotou seu antigo adversário. “As nossas espadas – exclama São João Crisóstomo – não estão sujas de sangue, não estivemos na arena, não temos lesões, nem sequer vimos a batalha, e eis que temos a vitória. Sua foi a luta, nossa a coroa. E porque também nós vencemos, imitemos o que os soldados fazem nesse caso: com vozes de alegria exaltemos a vitória, entoemos hinos de louvor ao Senhor” (S. João Crisóstomo, De coemeterio et de cruce; PG, 49, 596). Não poderia ser explicado melhor o significado da liturgia que estamos celebrando.

***

Mas o que estamos fazendo é, em si, uma imagem, a representação de uma realidade passada, ou é a própria realidade? Ambas as coisas! “Nós – dizia Santo Agostinho ao povo – sabemos e acreditamos com fé certíssima que Cristo morreu só uma vez por nós […]. Sabeis perfeitamente bem que tudo isto foi feito apenas uma vez e ainda assim a solenidade periodicamente o renova […]. Verdade histórica e solenidade litúrgica não estão em contradição entre si, como se a segunda fosse falácia e somente a primeira correspondesse à verdade. Do que a história afirma ter acontecido uma só vez na realidade, a solenidade renova muitas vezes a celebração nos corações dos fiéis” (S. Agostinho, Sermone 220; PL 38, 1089).

A liturgia “renova” o evento: quantas discussões, durante cinco séculos até hoje, sobre o sentido desta palavra, especialmente quando é aplicada ao sacrifício da cruz e à Missa! Paulo VI usou um verbo que poderia pavimentar o caminho para uma compreensão ecumênica sobre tal argumento: o verbo “representar”, compreendido no sentido forte de reapresentar, ou seja tornar novamente presente e operante o acontecido”( Cf Paolo VI, Mysterium fidei (AAS 57, 1965, p. 753 ss).

Há uma diferença substancial entre a representação da morte de Cristo e aquela, por exemplo, da morte de Júlio César na tragédia homônima de Shakespeare. Ninguém assiste, estando vivo, o aniversário da própria morte; Cristo sim, porque ressuscitou. Somente Ele pode dizer, como faz no Apocalipse: “Estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos” (Ap 1,18). Devemos ter cuidado neste dia, visitando os chamados “sepulcros” ou participando nas procissões do Cristo morto, de não merecermos a censura que o Ressuscitado dirigiu às piedosas mulheres na manhã de Páscoa: “Por que procurais Aquele que vive entre os mortos?” (Lc 24,5).

É uma afirmação ousada, mas verdadeira aquela de certos autores ortodoxos. “A anamnese, ou seja, o memorial litúrgico, faz o evento mais verdadeiro do que quando aconteceu historicamente pela primeira vez”. Em outras palavras, mais real e verdadeiro para nós que o revivemos “segundo o Espírito”, do que para aqueles que o viveram “segundo a carne”, antes que o Espírito Santo revelasse à Igreja o pleno significado.

Não estamos apenas comemorando um aniversário, mas um mistério. É ainda Santo Agostinho que explica a diferença entre as duas coisas. Na celebração “à maneira de aniversário”, não se pede outra coisa – diz – mais do que “indicar com uma solenidade religiosa o dia do ano no qual cai a lembrança do mesmo acontecimento”; na celebração a modo de mistério (“em sacramento”), “não somente se comemora um acontecimento, mas é feito também de tal forma que se entenda o seu significado e seja acolhido santamente” (Agostinho, Epistola 55, 1, 2; CSEL 34, 1, p. 170)

Isso muda tudo. Não se trata somente de assistir a uma representação, mas de “acolher” o significado, de passar de espectador à ator. Cabe a nós portanto escolher qual parte queremos representar no drama, quem queremos ser: se Pedro, se Judas, se Pilatos, se a multidão, se o Cireneu, se João, se Maria … Ninguém pode permanecer neutro; não tomar partido, é tomar um bem preciso: aquele de Pilatos que lava as mãos, ou da multidão que de longe “permanecia lá, a olhar ” (Lucas 23, 35).

Se voltando para casa, nesta tarde, alguém nos perguntar: “De onde vens? Onde estivestes?”, respondamos, portanto, pelo menos em nossos corações: “No Calvário!”

***

Mas nada disso acontece automaticamente, só porque participamos nesta liturgia. Trata-se, dizia Agostinho, de “acolher” o significado do mistério. Isto acontece com a fé. Não há música, onde não há um ouvido que a escute, por mais que a orquestra toque forte; não há graça, onde não há uma fé que a acolha.

Numa homilia de Páscoa do século IV, o bispo pronunciava estas palavras surpreendentemente modernas e, por assim dizer, existenciais: “Para cada homem, o princípio da vida é aquele, a partir do qual Cristo foi imolado por ele. Mas Cristo é imolado por ele quando ele reconhece a graça e se torna consciente da vida que lhe foi dada por aquela imolação”(Homilia pascal do ano 387; SCh 36, p. 59 s.)

Isso aconteceu sacramentalmente no Batismo, mas deve sempre acontecer conscientemente de novo na vida. Devemos, antes de morrer, ter a coragem de fazermos um golpe de audácia, quase como um golpe de mão: apropriar-nos da vitória de Cristo. A apropriação indevida! Uma coisa comum infelizmente na sociedade na qual vivemos, mas com Jesus essa não somente não está proibida, mas é sumamente recomendada. “Indevida” aqui significa que não nos é devido, que não nos é merecido, mas nos é dado gratuitamente, pela fé.

Mas andemos com passos firmes; escutemos um doutor da Igreja. “Eu – escreve São Bernardo – , o que não posso obter por mim mesmo, o aproprio (literalmente, o usurpo!) com confiança do lado aberto do Senhor, porque está cheio de misericórdia. Meu mérito, por isso, é a misericórdia de Deus. Não sou tão pobre de méritos, enquanto ele seja rico de misericórdia. Que se as misericórdias do Senhor são muitas (Sl 119, 156), eu porém terei muitos méritos. E o que acontece com a minha justiça? Ó Senhor, me lembrarei somente da tua justiça. De fato, ela é também a minha, porque tu es para mim justiça de Deus” (cf. 1 Cor 1, 30) (S. Bernardo de Claraval, Sermoni sul Cantico, 61, 4-5; PL 183, 1072).

Talvez esta forma de conceber a santidade tenha feito São Bernardo menos zeloso das boas obras, menos comprometido na aquisição das virtudes? Talvez negligenciasse mortificar o seu corpo e reduzí-lo a escravidão (cf. 1 Cor 9, 27), aquele que, antes de todos e mais do que todos, tinha feita desta apropriação da justiça de Cristo o objetivo da sua vida e da sua pregação (cf. Fl 3, 7-9)?

Em Roma, como infelizmente em todas as grandes cidades, há muitos moradores de rua. Existe um nome para eles em todas as línguas: homeless, clochards, sem-teto: seres humanos que não têm mais do que poucos trapos que carregam e algum objeto que trazem consigo em sacos plásticos. Imaginemos que um dia se espalha a notícia: Na rua Condotti (todos sabemos o que é a rua Condotti em Roma!) há uma boutique luxuosa que, por razões desconhecidas, de interesse ou de generosidade, convida todos os moradores de rua da Estação Termini a virem para o seu negócio; lhes convida a tirar os seus trapos imundos, a tomar um bom banho e depois a escolher o vestido que desejam entre aqueles exibidos e levá-los, assim, de graça.

Todos dizem entre si: “Isto é um conto de fadas, nunca acontece”. Verdadeiríssimo, mas o que nunca acontece entre os homens é o que pode acontecer a cada dia entre os homens e Deus, porque, diante Dele, aqueles moradores de rua somos nós! É o que acontece conosco depois de uma boa confissão: tire as suas roupas sujas, os pecados, receba o banho da misericórdia e levante-se que estás “revestido das vestes da salvação, coberto com um manto de justiça” (Isaías 61, 10).

O publicano da parábola subiu ao templo para orar; disse simplesmente, mas do fundo do coração: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!”, e “voltou para casa justificado” (Lc 18, 14), reconciliado, feito novo, inocente. O mesmo, se temos a sua fé e o seu arrependimento, se poderá dizer de nós voltando à casa depois desta liturgia.

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Entre os personagens da paixão que podemos nos identificar percebo que deixei de citar um, que mais do que ninguém, espera quem lhe siga o exemplo: o bom ladrão.

O bom ladrão faz uma confissão completa dos pecados; diz ao seu companheiro que insulta Jesus: “Nem sequer temes a Deus, estando na mesma condenação? Quanto a nós, é de justiça; estamos pagando por nossos atos; mas ele não fez nenhum mal” (Lc 23, 40 ss.). O bom ladrão se mostra aqui um excelente teólogo. Só Deus de fato, se sofre, sofre absolutamente como inocente; qualquer outro ser que sofre deve dizer: “Eu sofro com justiça,” porque, embora não seja responsável pela ação imputada, nunca está totalmente sem culpa. Só a dor das crianças inocentes é semelhante àquela de Deus e por isso é tão misteriosa e tão sagrada.

Quantos crimes atrozes que permanecem, nos últimos tempos, sem culpados, quantos casos não resolvidos! O bom ladrão faz um apelo aos responsáveis: façam como eu, venham à luz, confessem a vossa culpa; experimentareis também vós a alegria que eu senti quando ouvi a palavra de Jesus: “Hoje estarás comigo no paraíso!” (Lc 23, 43). Quantos réus confessos podem confirmar que foi assim também para eles: que passaram do inferno ao paraíso no dia que tiveram a coragem de arrepender-se e confessar a sua culpa. Eu também conheci alguns. O paraíso prometido é a paz da consciência, a possibilidade de olhar-se no espelho ou olhar para os próprios filhos sem ter que desprezar-se.

Não carreguem convosco até o túmulo o vosso segredo; encontraríeis uma condenação muito mais temível do que aquela humana. O nosso povo não é cruél com quem errou mas reconhece o mal feito, sinceramente, não somente por algum interesse. Pelo contrário! Está pronto para ter pena e acompanhar o arrependido no seu caminho de redenção (que de qualquer forma, torna-se mais curto). “Deus perdoa muitas coisas, por uma obra boa”, diz Lucia ao Inominável no “Os Noivos”. Ainda mais, devemos dizer, que ele perdoa muitas coisas por um ato de arrependimento. Ele prometeu solenemente: “Mesmo que os vossos pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão alvos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim tornar-se-ão como a lã” (Is 1, 18).

Continuemos a fazer o que, como escutamos no início, é a nossa tarefa neste dia: com vozes de alegria exaltemos a vitória da cruz, entoemos hinos de louvor ao Senhor. “O Redemptor, sume carmen temet concinentium”( Hino do Domingo de Ramos e da Missa crismal da Quinta-feira Santa): E vós, ó nosso Redentor, aceite o canto que elevamos para vós.

[Tradução Thácio Siqueira]

[1] Disponível em: http://www.cantalamessa.org/?p=1654&lang=pt.

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Reflexão para a Semana Santa – São Dimas e sua conversão

Na história dos Santos existem exemplos de conversões impressionantes: muitas vezes, pecadores persistentes que num determinado momento de suas vidas, foram tocados e corresponderam a uma Graça eficaz que os fez mudar radicalmente, abraçando, a partir dali, uma vida inteiramente dedicada ao serviço de Deus. O exemplo mais pungente talvez seja a conversão de São Paulo, que, a caminho de Damasco, perseguindo os cristãos foi, literalmente, derrubado do cavalo, tornando-se o grande Apóstolo dos gentios. E assim, por diante. Outro exemplo não menos impressionante e milagroso é a conversão de São Dimas, cuja reflexão é para nós muito propícia durante esta Semana Santa, pois nos aponta a confiança que devemos ter na misericórdia de Deus até o nosso último momento de vida.

Esta história nos é apresentada abaixo, na redação de um Arauto adolescente.

São Dimas e sua conversão

Victor Nery Machado – 8º ano

Todos sabem como foi surpreendente a conversão, no alto da cruz, do bom ladrão. Há inclusive os que dizem que São Dimas “soube roubar” até mesmo o céu. Mas a verdade é que ele alcançou essa imensa graça, na hora da morte, pela misericórdia e orações de Nossa Senhora.

Sobre esse santo, há uma história muito bonita que, sendo verídica ou não, vale a pena aqui contar:

Partira a Sagrada Família para o Egito. São José, Nossa Senhora e o Mennino Jesus fugiam da perseguição do malvado Herodes.

Estando eles em viagem, foram cercados e aprisionados por uma quadrilha de ladrões. Foram então levados para a tenda do chefe do bando, na qual uma mulher trazia em seu colo um menino todo leproso. Nossa Senhora, tendo então uma grande piedade, perguntou-lhe:

– Mulher, que tem o teu filho?

E, com ar de tristeza, a esposa do bandido respondeu:

– Meu filho nasceu assim, com lepra; e está condenado à morte!

Ouvindo isso, Nossa Senhora lhe fez uma proposta:

– Traga-me uma bacia com água para que eu dê banho no Meu Filho. E quando terminar, lave o seu menino na mesma água em que o banhei.

Trouxeram a bacia. Nossa Senhora banhou o Menino Jesus naquela água e pediu que a mulher desse um banho em seu filho também ali, e foi o que ela fez. Após banhar seu menino, ele ficou curado, e por esse fato, os ladrões os soltaram e deixaram ir em paz.

***

Muito diferentes foram os caminhos seguidos por aqueles dois meninos: o Menino Jesus, anunciava o reino dos céus; e o outro, como já vinha fazendo em toda a sua vida, não parava de roubar.

Mas a Divina Providència havia preparado algo melhor para aquele ladrão: fez com que ele fosse condenado à morte de cruz, ao lado de Jesus. Ele não se lembrava de quando era leproso e, com um outro ladrão também crucificado, blasfemava contra o redentor.

Foi então aí que Nossa Senhora quis, por piedade, curar a pior doença: a lepra da alma. Rezou pelos dois ladrões, mas somente um se converteu.

Curado novamente, defendeu a Cristo e lhe pediu:

– Senhor, lembrai-vos de mim, quando entrardes em vosso reino.

Como resposta, ouviu do Divino Redentor:

– Ainda hoje, entrarás comigo no Paraíso!

E assim, foi ele canonizado pelo próprio Nosso Senhor.

A conversão de São Dimas nos prova que Nossa Senhora nos ajuda em qualquer condição, e até na última hora… Entretanto, é claro que não vamos deixar para nos converter somente no fim da vida, não é?

Comecemos então, a seguir o bom caminho desde já, confiantes no auxílio maternal de nossa Mãe Celeste, que intercede sempre por cada um de nós.

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