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As delícias de Deus Uno e Trino habitando em nós

Ao sermos batizados, eis que se opera em nós o mais belo dos milagres: somos inabitados pela Santíssima Trindade. Mas, afinal, como compreendermos o alcance de tamanha graça? Se considerarmos que a Santíssima Trindade, ou a unidade e trindade de Deus, é para qualquer criatura um mistério insondável, podemos perguntar: Como entendermos esta inabitação de Deus Uno e Trino em nós?

Eis uma consideração, para além das idéias, utilíssima para nossa vida espiritual, muito própria a fazê-la nesta Solenidade da Santíssima Trindade.

Santíssima Trindade

Desde nossas primeiras lições de Catequese, aprendemos que existem dois principais mistérios de nossa fé: a Unidade e Trindade de Deus e a Encarnação, Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Quanto ao primeiro mistério, sobre o qual procuraremos tratar nesse artigo, a Doutrina Católica nos ensina que existe um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; por uma ação da graça, esta verdade de fé, penetra-nos na alma de forma simples e robusta, ainda que sua compreensão escape completamente pela razão humana. A que se deve isto?

Assim nos explica, com objetividade, didática e clareza, a obra “A vida íntima de Deus Uno e Trino”: “Nós, meras criaturas humanas, nunca poderíamos descobrir, nem mesmo suspeitar, que em Deus há três Pessoas numa única natureza. Só mesmo através da Fé podemos acreditar no mistério da unidade e trindade de Deus, revelado por Nosso Senhor Jesus Cristo”.¹

E continua: “Mesmo assim, precisamos que o Espírito de Verdade, o Paráclito, nos dê uma compreensão cada vez mais profunda da verdade”. Ainda nesse sentido, Mons. João Clá Dias, escreve: “Porque é o Espírito Santo que nos ensina, que nos faz compreender, às apalpadé-las, como diz São Paulo, mais ou menos como quando entramos num quarto escuro, privados de eletricidade, numa noite coberta por nuvens escuras; precisamos caminhar devagar e com todo o cuidado, às apalpadelas”.²

Com este auxílio do Espírito Santo, por meio da Fé, temos uma noção a respeito das três Pessoas da Santíssima Trindade.

Aprofundando tal noção o Fundador dos Arautos do Evangelho, assim aborda este Mistério:

“Desde toda a eternidade, o Pai é tão rico em seu pensamento, Ele possui um pensamento tão cheio de substância, em grau infinito e todo feito de sabedoria – é a sabedoria em essência, a sabedoria em substância – que gera uma outra Pessoa. É o Pai que gera o Filho, porque o Filho é o pensamento do Pai, é essa sabedoria que já existe antes mesmo de começar a obra da Criação. Então, desde toda a eternidade, o Pai gera o Filho. E o Filho, ao ser gerado pelo Pai, olhando para o Pai e o Pai olhando para o Filho, nós temos daí a procedência de uma Terceira Pessoa que é o Espírito Santo. A geração do Filho dá na Sabedoria Eterna; a procedência do Espírito Santo dá no Amor Eterno, que é o amor do Pai e do Filho”. ³

Temos aqui a abordagem doutrinária sobre o dogma da Santíssima Trindade, ensinado pelo Magistério infalível da Igreja, desde os primórdios de sua fundação.

Muitas seriam as considerações a respeito do Mistério trinitário. No entanto, impraticável dentre dos limites de um artigo. Assim, caberia tratar deste ponto útil para nossa união com Deus Uno e Trino. Como compreender sua inabitação na alma humana?

Sabemos que nossa vida de cristão, nesta terra é de passagem. Somos criados e chamados para a felicidade eterna, no Céu, cujo prêmio mais excelente é a posse de Deus. Ora, para tal prêmio, Deus nos quer desde já preparar, estabelecendo entre Ele e nós um sagrado convívio. Este relacionamento se dá a partir do Batismo. Por isto, somos chamados templos vivos de Deus, templos do Espírito Santo. E, portanto, devemos crescer neste relacionamento com as três Pessoas divinas. Quanto mais conservarmos a graça de Deus, ou a amizade com Deus, mais sentiremos a presença de Deus em nós. Daí o porquê devemos lançar mãos de todos os recursos espirituais, a oração, a participação na Santa Missa, a freqüência aos Sacramentos e a prática dos Mandamentos, para que não expulsemos Deus de nossos corações.

Apenas para ilustrar com um exemplo eloquente da presença e atuação da Santíssima Trindade em uma alma, é muito edificante e elucidativo o que nos narra Michel-Marie Philipon, sobre experiência mística da religiosa carmelita Beata Elisabeth de la Trinité:

“Muitas vezes Elisabeth repetia à sua amiga: ‘Parece-me que Ele está aqui’, e fazia o gesto de tê-Lo nos braços e apertá-lo ao coração”. 4

Sobre a presença das Três Pessoas, assim escreve à sua irmã: “O Pai cobrir-te-á com sua sombra, interpondo uma nuvem entre ti e as coisas da terra, para te guardar só para si. Comunicar-se-á seu poder para que O ames com um amor forte como a morte. O Verbo imprimir-se-á na alma, como num cristal, a imagem da própria beleza, a fim de que sejas pura de sua pureza, luminosa de sua luz. O Espírito Santo transformar-te-á em sua lira mística que produzirá no silêncio, sob seu toque divino, um magnífico cântico de amor”.5 [grifos nossos]

Que este conhecimento sobre o tesouro que carregamos em nós, a presença das Três Pessoas da Santíssima Trindade – quando temos a graça santificante – seja para cada um o motivo mais sublime e vigoroso para enfrentarmos o bom combate desta vida, até o dia bendito de podermos experimentar, sem sombras ou véus, as delícias de Deus Uno e Trino habitando em nós toda a eternidade.

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¹ Arráiz, Pe. Pedro Rafael Morazzani (Org.). A vida íntima de Deus Uno e Trino. São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 145.

² idem, p. 145

³ Clá Dias, João Scognamiglio. Homilia. São Paulo, 30 maio 2010. Arquivo ITTA-IFAT. In Arráiz, Pe. Pedro Rafael Morazzani (Org.). A vida íntima de Deus Uno e Trino. São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 33-34.

4 Michel-Marie Philipon. Doutrina espiritual de Elisabeth da Trindade. São Paulo: Paulu, 1988, p. 85.

5 idem, p. 85.

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As alegrias de Maria

1° Sábado na Paróquia N. Sra. da Liberdade – 01/06/2013

            Maria Santíssima é a Senhora das Dores. Com efeito, que outra senhora, ao longo de mais de dois mil anos da História da Igreja experimentou as dores de Maria? O profeta Simeão havia-lhe dito: “uma espada transpassará a tua alma” (Cf. Lc 2, 35). Tal é a enormidade dos sofrimentos por que passou que, com toda a justiça, Ela é chamada Co-Redentora da Humanidade. Diante da cruz, estava de pé! (Cf. Jo 19,25)

            Contudo, mesmo venerando com amor indizível a coragem e a correspondência à Graça por parte de Nossa Mãe Santíssima, que enfrentou as suas dores com serenidade e confiança inabaláveis, também faz bem à nossa Devoção imaginar os momentos de alegria que Maria viveu nesta terra: desde que o Verbo Se encarnou em seu seio puríssimo, até o momento do início da vida pública de Jesus, certamente Ela experimentou, muitas vezes, uma alegria angelical, quase divina, ao contemplar o crescimento de Seu Divino Filho, o qual “crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52).

            Discorrendo sobre os mistérios da Encarnação e da vida oculta de Jesus, São Luís G. de Montfort, no Tratado da Verdadeira Devoção, menciona que “Deus Filho desceu ao seu seio virginal qual novo Adão no paraíso terrestre, para aí ter as suas complacências e operar em segredo maravilhas de graça. Deus, feito homem, encontrou sua liberdade em se ver aprisionado no seio da Virgem Mãe; patenteou a sua força em se deixar levar por esta Virgem santa; achou sua glória e a de seu Pai, escondendo seus esplendores a todas as criaturas deste mundo, para revelá-las somente a Maria; glorificou sua independência e majestade, dependendo desta Virgem amável, em sua conceição, em seu nascimento, em sua apresentação no templo, em seus trinta anos de vida oculta(…) (1)

       Quantas alegrias. Podemos imaginar, mas somente no Céu compreenderemos totalmente esse Mistério.

            Também nós, católicos de hoje, podemos proporcionar algum consolo, alguma alegria à nossa Mãe Querida, desagravando o Seu Imaculado Coração, como Ela pediu na Mensagem de Fátima. Num mundo que se afasta de Deus, vemos que muitas pessoas se dedicam a fazer esse desagravo, através da Comunhão Reparadora dos 5 Primeiros Sábados. Em especial, muitos paroquianos da Paróquia Nossa Senhora da Liberdade têm tido a boa vontade de fazê-lo. Esta abençoada Paróquia irá realizar amanhã, 06 de Julho, o 5º. Primeiro Sábado Consecutivo. A devoção foi iniciada nesta Paróquia no mês de Março próximo passado, por iniciativa dos Arautos do Evangelho e com o apoio imprescindível do Revmo. Pe. Dirceu A. Nascimento. Desde aquela data até aqui, muitas pessoas têm feito esta devoção, tão querida da Mãe de Deus.

Portanto, fica aqui o convite:

1° Sábado na Paróquia N. Sra. da Liberdade – 01/06/2013

Devoção dos 5 Primeiros Sábados – 5º. Sábado

Local: Paróquia N.Senhora de Liberdade – Jd. Liberdade – Maringá

Horários:

Confissões, a partir das 17h

Terço e Meditação: às 18h30

Santa Missa: às 19h30

Todos estão convidados.

Estenda este convite também a seus familiares e amigos!


(1) São Luís Maria G. de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção. 38ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2009. n. 18, p. 27

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