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São Domingos: De onde vem a paz deste Santo?

Quantos de nós, tantas vezes tomados por ocupações, atividades de toda ordem, estudos, trabalhos e, neste vale de lágrimas, acompanhados de preocupações, temos necessidade de colocar nosso olhar sobre algo que traga paz, nos faça “mergulhar”, ou se quiser, “voar” para outros mundos onde imperam a tranquilidade e a paz?

São Domingos de Gusmão (1)

Contemplemos esta foto de um Santo muito especial: São Domingos de Gusmão, Fundador da Ordem dos Pregadores e devoto ardentíssimo do Santo Rosário, cuja festa se celebra neste início de agosto.

Está ele revestido do hábito de sua ordem, sentado e lendo pensativamente um livro. Uma nota é distintiva em seu semblante: serenidade. Esta palavra tão cheia de significados, soa-nos como uma poesia e nos propicia um refrigério de alma. Serenidade, paz, harmonia, eis o que nós queremos e buscamos!

Imagine você leitor se pudéssemos perguntar a ele: – Irmão Domingos, de onde vem tanta paz?

Ele, por sua pregação e exemplo de vida, sem dúvida nos daria a seguinte resposta:

– Minha paz e serenidade vem, não porque me faltem sofrimentos, mas porque vejo a vida com os olhos da fé, postos em Jesus e Maria, que me dão a clareza e lucidez da visão das coisas com deve ser, através do olhar Deles. Assim, não tenho sustos, medos, agitações e temores. “tudo posso, naquele que me conforta”, tudo vejo com clareza – que me dá serenidade – na Sabedoria em que confio.

Que Nossa Senhora da Paz nos obtenha, de Seu Divino Filho, a visão das coisas e a serenidade de que tantos de nós precisamos, tal qual concedeu a São Domingos de Gusmão.

Foto de afresco: São Domingos de Gusmão (por Fra Angélico) – Mosteiro de São Marcos, Florença (Itália)

Por Adilson Costa da Costa

Para conhecer mais sobre a história deste Santo acesse:

Mons. João S. Clá Dias. Os Santos comentados: São Domingos de Gusmão. Disponível em: http://santossegundojoaocladias.blogspot.com.br/2012/08/sao-domingos-de-gusmao.html

Arautos do Evangelho. São Domingos de Gusmão. Disponível em: http://www.arautos.org/especial/17940/Sao-Domingos-de-Gusmao.html

(1) Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Fra_Angelico_052.jpg

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Quem foi rei, nunca perde a majestade!

       “O senhorr veio falarr com Dom Jaime… é dos Arrautos! Ele vai atenderr, pode sentarr…”
     Era a postura protocolar invariável da Irmã Maria, com seu sotaque alemão, sempre que a gente ia falar com venerável primeiro bispo-arcebispo de Maringá, Dom Jaime Luiz Coelho, em sua “residencia- palacial”. Essa expressão eu “furtei” do saudoso amigo, padre Thelmo Favoretto.
       Na verdade, Dom Jaime era cerimonioso, um fidalgo! Não tinha sangue nobre, mas o ambiente familiar, a educação, a formação eclesial de antanho o marcaram para toda a vida. Assim, mesmo alquebrado pela idade, era uma figura digna de um príncipe da Igreja Católica. 
     Durante uma longa e agradável conversa (Dom Jaime era muito bom “coseur”, como dizem os franceses), começou ele a relatar suas origens, seu ambiente familiar, as atividades na região francana, no Interior paulista.
    Fiquei admirado como dali nasceu uma pessoa com tanta educação, “convenance”, capacidade diplomática, elevação cultural. Quem conheceu os primórdios de Maringá, na década de 40, sabe bem o que era o primitivismo de então. Imagine o que podia ser a sua terra pelos idos de 1920/30… Aqui entra o papel do ambiente: as famílias tinham paradigmas, tinham referências por onde, mesmo naquele sertão,  brotava um jovem afidalgado e culto como nosso arcebispo. Bons tempos aqueles em que o almoço ou jantar não eram dominados pela malvada “rainha” TV! Ainda prevalecia a luz de vela ou do lampião… e o calor dos pais e irmãos!
      O que herdou do ambiente de infância foi requintado ao tomar o caminho do sacerdócio, quando os seminários formavam varões aptos a enfrentar as hostilidades do laicismo e do positivismo difundidos desde a  República Velha. 
      Bastante moço ainda, foi acertadamente designado bispo de Maringá. Anos depois, recusou ele promoções que o distanciariam desta terra abençoada, onde quis viver e morrer. Não que lhe faltassem talentos… ele os tinha abundantes.
     Mais que pela riqueza de suas palavras, impunha-se pela dignidade da presença e nobreza dos gestos. Sabia ser forte sem ser bruto. Um diplomata a serviço da Igreja.
     Uma vez arcebispo resignatário, Dom Jaime, embora sempre influente, manteve-se mais numa postura de um eremita. A todos recebia em sua casa e tinha um trato muito paternal, sem perder a nota de fidalguia. “Vaidade!” Eu não diria. Prefiro chamar de “dignidade”! Era um monumento!
       Tinha grande estima pelos pequenos. Assim é que quando os adolescentes dos Arautos de Maringá iam fazer-lhe alguma apresentação musical,  ele se desdobrava em atenções para com todos, interessado em saber de quem eram filhos até descobrir algum cujos pais lhe eram conhecidos.  De memória privilegiada, narrava-lhes episódios da infância, ou dos tempos em que o “Fim da Picada” era o fim da cidade de Maringá mesmo!
      Sobre a educação que dona Guilhermina, sua estimada mãe, dera aos 10 filhos, explicava que cada um tinha uma função, sendo ele o encarregado de manter a sala de visitas bem varrida e em ordem, pois de uma hora para outra chegava um visitante, e não havia telefone para avisar… Tocava a uma das irmãs preparar um lanchinho regado com chá de erva cidreira, o mais “ecumênico” dos chás. “Papai nos ensinou que trabalhar não faz mal para menino nenhum. Então, sejam trabalhadores junto com os Arautos” – arrematava ele. 
       Nunca a prosa em sua residência episcopal terminava sem um giro pelo jardim (que apresentava como se fosse Versalhes). Apoiava-se no braço de um ou dois jovens e íamos todos ouvindo suas explicações, no que se sentia mais o encanto de suas narrativas que o perfumes das plantas. Já tendo servido as famosas “coxinhas da asa”, faltava só o licor, do qual seu bom gosto era bem devoto: receita para quem deseja vida longa como nosso velho eremita!
       Muita coisa ainda teria, se não fosse abusar da paciência dos internautas que nos visitam. Só mais uma!
      Era bonito ver Dom Jaime chegar à Catedral para celebrar a “Missa do Galo”, à meia-noite. Sempre de batina filetada, faixa e solidéu, entrava pela porta principal. Desembarcava, depois que um gentil diocesano lhe abria a porta, cumprimentava os circunstantes e dava uma olhada  nos entornos, como quem contempla um quadro impressionista que lhe trazia à memória décadas passadas, em que o pastor era ovacionado pelo rebanho. E se dirigia para o templo por ele construído, cumprimentando com o olhar a quantos lhe formavam alas.
       Quem foi rei, nunca perde a majestade! Agora, o Rei dos reis o chamou…
       
       Por Vasco de Sá Guimarães

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Frase da Semana – Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior

A riqueza de vida litúrgica e pastoral e um vínculo especial com o Sumo Pontífice caracterizam as igrejas com o título de Basílica (1)

Basílica Papal Santa Maria Maior – Roma

Neste dia 5 de Agosto comemora-se a Solenidade da Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Os Arautos do Evangelho tem com essa Basílica Papal um relacionamento todo especial. Ali foi celebrada Missa Solene, quando de sua Aprovação Pontifícia, em 2001. Também nessa Basílica, quando da comemoração dos 5 anos de Aprovação Pontíficia dos Arautos, o Cardeal Bernard Francis Law (então cardeal arcipreste da Basílica), com muito entusiasmo, disse que essa Basílica era a “casa dos Arautos em Roma”. (2) Em 14 de Setembro de 2008, o Fundador dos Arautos, Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP, foi criado cônego honorário dessa Basílica Papal.

A construção da igreja teve início por volta do ano 360, quando o Papa Libério recebeu uma impressionante revelação de Nossa Senhora: ele deveria construir uma igreja dedicada a Ela em um monte que ficaria, por aqueles dias, totalmente coberto de neve. Porém, era o mês de Agosto, pleno verão em Roma e o calor castigava seus habitantes. Mas, deu-se o fato milagroso e realmente nevou sob o monte Esquelino. Devido a esse milagre, também neste 5 de Agosto é comemorada a festa de Nossa Senhora das Neves.

A Basílica de Santa Maria Maior, uma das quatro Basílicas Papais é o mais antigo santuário mariano da Europa, e, na forma como se encontra hoje, foi construída a mando do Papa Sisto III, depois do Concílio de Éfeso, no ano 431. Nesse Concílio Nossa Senhora foi solenemente proclamada Mãe de Deus.

Por todos estes motivos, a Frase da Semana não poderia deixar de abordar esta Festa de Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior, tão importante na História dos Arautos do Evangelho.

Convidamos nossos leitores a saberem mais sobre as Basílicas Papais e sobre as Basílicas em geral, consultando o site dos Arautos do Evangelho (www.arautos.org.br).

Nossa Senhora Mãe de Deus, rogai por nós!

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(1) Arautos do Evangelho. Ação Pastoral em união com Roma. Disponível em: http://www.arautos.org/especial/38958/Acao-pastoral-em-uniao-com-Roma.html

(2) Revista Arautos do Evangelho. N. 52, Abril de 2006.

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“Asas do Arcanjo São Miguel”

Dom Jaime Luiz Coelho, primeiro Arcebispo de Maringá, falecido na madrugada desta segunda feira aos 97 anos, honrou, ao longo dos últimos anos, aos Arautos do Evangelho de Maringá com um carinho paternal, próprio das grandes almas, e este convívio deixará saudades indizíveis. Os jovens dos Arautos tiveram a rica oportunidade de estar na companhia do Pastor em inumeráveis ocasiões: em suas Santas Missas, principalmente nas Missas de Natal na Catedral de Maringá, em várias apresentações musicais, em memoráveis “serenatas” natalinas que puderam fazer, quando Dom Jaime comprazia-se em atender às portas de sua residência episcopal aos jovens que sentiam uma verdadeira acolhida de sua parte. Impressionante como um já venerável ancião desdobrava-se em cuidados e atenção para com aqueles pequeninhos que, apenas com dificuldade poderiam entender o significado de tão nobre pessoa.

São inesquecíveis, também, as inúmeras ocasiões em que os Arautos foram convidados para tocar seus instrumentos nas comemorações de aniversário de Dom Jaime; a última delas, inclusive, na sexta feira, dia 26 de Julho, quando foi celebrado o seu 97º. Aniversário natalício. É encantador ver, pelas lentes do fotógrafo do O Diário de Maringá, os pequenos Arautos oferecendo ao venerando Arcebispo uma singela apresentação musical, tocando suas pequenas flautas. Fica nítida a satisfação demonstrada por Dom Jaime, ao receber essa despretensiosa homenagem.

Há alguns anos, em uma dessas comemorações natalícias, Dom Jaime estava cercado por uma quantidade de jovens de 10, 11 anos – ou menos – que davam seus primeiros passos nas fileiras dos Arautos. Já idoso, ele fez questão que os meninos o acompanhassem – apoiando-o pelos braços – a um pequeno passeio pelo jardim de sua casa, mostrando, animadamente  as diversas árvores e plantas que ali existiam. Depois, o venerando Arcebispo fez-se acompanhar dos jovens ao interior de sua casa, para mostrar-lhes algumas relíquias. De repente, Dom Jaime disse ao meninos: “Tenho aqui uma relíquia muito especial: um pequeno pedação da asa do Arcanjo São Miguel!”. A inocente reação dos pequenos foi automática: “Nossa!! Puxa vida!! Que fantástico!! Uma relíquia de São Miguel!”, responderam entusiasticamente. O pranteado Arcebispo quase não se conteve, demonstrando um verdadeiro encantamento sobre o efeito de sua singela brincadeira sobre aquelas alminhas. Este fato – entre tantos outros – deu, certamente uma alegria verdadeira àquele senhor, protagonista de inúmeras batalhas em sua longa vida à serviço da Igreja e da Comunidade maringaense.

Neste momento de dor, mas também de alento e de esperança, fica a nossa homenagem a este grande Arcebispo. Que Nossa Senhora da Glória o receba e o cubra com o seu Manto Sagrado. Que São Miguel lhe empreste as asas para que possa voar até o encontro da felicidade eterna, até a digna morada que para ele está preparada, desde toda a eternidade.

Por João Celso

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Águias ou sapos? Carvalhos ou grama?

Rezamos todos os dias o “Credo” e muitas vezes – por circunstâncias diversas, ou mesmo por uma ação especial da graça – chama-nos particularmente a atenção um ou outro dos 12 artigos do Símbolo dos Apóstolos. Um deles é o 5º artigo: “Desceu à mansão dos mortos” (na redação do Segundo Catecismo da Doutrina Católica) (1), ou “Jesus Cristo desceu aos infernos”, na apresentada pelo Catecismo da Igreja Católica (2).

Ora, o que é propriamente esta “mansão dos mortos”, ou estes “infernos” a que desceu Jesus? O Catecismo nos ensina:

Abraão e Isaac, justos do Antigo Testamento. Jesuítas de Santander, Espanha

“A Escritura denomina a Morada dos Mortos, para a qual Cristo morto desceu, de os Infernos, o sheol ou o Hades, visto que os que lá se encontram estão privados da visão de Deus [grifo nosso]. Este é, com efeito, o estado de todos os mortos, maus ou justos, à espera do Redentor – o que não significa que a sorte deles seja idêntica, como mostra Jesus na parábola do pobre Lázaro recebido no ‘seio de Abraão’. ‘São precisamente essas almas santas, que esperavam seu Libertador no seio de Abraão, que Jesus libertou ao descer os Infernos’. Jesus não desceu aos Infernos para ali libertar os condenados nem para destruir o Inferno da condenação, mas para libertar os justos que o haviam precedido”. (3)

Em outras palavras, a mansão dos mortos ou infernos, em que Jesus desceu é o limbo; conforme nos explica Francisco Spirago, é o “lugar diverso do purgatório; em ambos, é verdade, não se vê a Deus, mas no purgatório as almas sofrem penas que não existiam no limbo; este também não se deve confundir com o inferno: local também privado da vista de Deus, mas sofrem-se também os tormentos. As almas não padeciam no limbo pena alguma (Catecismo Romano) e não estavam sem uma certa felicidade [grifos nossos], como se vê na parábola em que o pobre Lázaro é consolado (Lc 16, 25), porque no juízo particular haviam recebido a certeza da sua felicidade eterna. Não podiam, contudo, entrar nas alegrias eternas no céu, porque o céu ainda não estava aberto (Hb 9, 8). Suspiravam portanto continuamente pelo Salvador”. (4) Diferencia-se o limbo, portanto, do purgatório – lugar para o qual, salvando-se, “a alma vai, logo depois do juízo particular” para se purificar, satisfazendo com penas temporais o que ficou devendo por seus pecados (5) – assim como do inferno – lugar para onde vai a alma, logo depois do juízo particular, que não está na amizade com Deus (6). Ou seja, ao contrário destes lugares, não há no limbo, as penas temporárias como no purgatório e muito menos o sofrimento eterno.

Nesta mansão dos mortos, Cristo desceu para lhes anunciar que tinha consumado a redenção, “a alma de Cristo estava unida à sua divindade. O Senhor demorou-se no limbo até ao terceiro dia. Desceu lá só, mas subiu rodeado de uma multidão inumerável (S. Inácio de Antioquia)” (7). Quem estava entre esta “multidão”, gozando da felicidade natural e almejando a eterna, com a vinda do Messias? Os justos do Antigo Testamento. Para citar alguns: Adão e Eva, Abel, Noé, Abraão, Isaac, Jacob, José, Davi, Isaias, Daniel, entre outros.

Dois elementos podemos destacar como características deste lugar. No limbo tinha-se a felicidade natural (e não sobrenatural do Céu), porém, com a privação de Deus, cuja visão beatífica só se tem no Paraíso Celeste. Evidentemente, esta felicidade não é plena, pois não se tem a posse de Deus para a qual fomos criados e chamados.

Jesus com os discípulos – Igreja de São Severino.

Esta consideração nos vem a propósito da narração de São Lucas no XVIII Domingo do Tempo Comum, na qual conta a história de um homem que pede a intervenção do Mestre em questões de herança, pretendendo ser favorecido junto ao seu irmão mais velho na partilha dos bens terrenos. Esta solicitação não a atende o Salvador, e chama-lhe a atenção para que tenha cuidado com todo o tipo de ganância, pois “a vida de um homem não consiste na abundância de bens” (Lc 12, 15).

O leitor talvez poderia perguntar: Mas, afinal, qual a relação existente entre o limbo e a ganância? Onde vamos chegar? As introduções longas, por vezes facilitam as conclusões breves.

Consideremos o que é a ganância: defeito moral que tem como fonte um dos vícios capitais, ou seja, a avareza, que por sua vez consiste no desejo desordenado dos bens terrenos.

Qual foi o problema do ganancioso descrito pelo evangelista: o irmão mais novo estava preocupado com sua estabilidade ou bem pessoal, de forma desordenada e egoística, portanto, sem amor de Deus. Ou seja, voltado para esta vida terrena, pensando consigo – segundo a expressão da parábola do Divino Pedagogo: “descansa, come, bebe, aproveita” (Lc 12, 19).

Ora, o grande mal reside em fazer consistir a vida na busca de uma felicidade natural, cheia de fruições (ainda que lícitas), mas esquecida de Deus: eis o grande mal. Seria como que uma “vida limbática”, porém não desejosa do Céu. E isto, sem dúvida, configura-se no grande mal para o qual se encaminham todos aqueles que querem transformar esta existência terrena num vale de rosas, cheia de felicidades (honestas ou não), porém sem Deus e sem o desejo da vida eterna.

Esta visão de vida – explicitada ou não pelas consciências – é bem caracterizada por Mons. João Clá, ao comentar este Evangelho: “[…] a posição dos adoradores de uma existência feliz em um limbo sem fim, numa contínua fruição de prazeres aqui neste mundo, esquecendo-se da verdadeira eternidade e do sobrenatural”. (8)

Voo da Águia

Eis o grande problema desta concepção de vida, no cerne do pedido feito a Jesus na narração de São Lucas.

Sapo – Butterfly Conservatory – Niagara, Canadá

E qual a diferença entre os que estavam no limbo face àqueles que estão na terra e almejam tal felicidade “limbática”? Os primeiros não se contentavam em terem certa felicidade natural, almejando a felicidade incomparável das alegrias eternas e da visão de Deus face à face; enquanto os outros – na expressão de São Luis Maria Grignion de Montfort – “são mais apegados à terra que os sapos” (9) e satisfazem-se com o mero gozo da vida, sem Deus. Eis aqui a “visão águia” que se difere da “visão dos sapos” em relação à vida. Ou se quisermos: a visão rasteira da grama e a visão altiva e voltada para o céu, do carvalho.

Peçamos para que Nossa Senhora nos livre da mediocridade e da ganância; abrindo nossos corações para o que canta – no 18º Domingo do Tempo Comum – a Liturgia das Horas nas antífonas apresentadas nas Laudes e Vésperas:

“Ajuntai vosso tesouro no céu, diz o Senhor, onde a traça e a ferrugem não estragam nem corroem” (Laudes).

“Irmãos, se quereis realmente ser ricos, amai as riquezas que são verdadeiras” (Vésperas). (10)

 Por Adilson Costa da Costa

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(1) Segundo Catecismo da Doutrina Cristã, 117ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 13.

(2) Catecismo da Igreja Católica. Jesus Cristo desceu aos infernos, ressuscitou dos mortos no terceiro dia: n. 631. 11ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001, p, 180.

(3) Catecismo da Igreja Católica. Jesus Cristo desceu aos infernos, ressuscitou dos mortos no terceiro dia: n. 633. 11ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001, p, 181.

(4) Francisco Spirago. Catecismo Católico Popular: Primeira Parte. Trad. Arthur Bivar. 2ª ed. Portugal: Tipografia da Empresa Veritas, s/d, p. 152.

(5) Segundo Catecismo da Doutrina Cristã, 117ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007, Questões 112 e 113, p. 28.

(6) Segundo Catecismo da Doutrina Cristã, 117ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007,  Questão 111, p. 28.

(7) Francisco Spirago. Catecismo Católico Popular: Primeira Parte. Trad. Arthur Bivar. 2ª ed. Portugal: Tipografia da Empresa Veritas, s/d, p. 152.

(8) Mons. João S, Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. VI, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012,  p. 256.

(9) São Luís Maria G. de Montfort. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. 42ª ed. Petrópolis: Vozes, 2012, p. 84.

(10) Liturgia das Horas. Tempo Comum: 18ª – 34ª Semana. v. IV, Editora Vozes – Paulinas – Paulus – Editora Ave Maria, 1999, p. 45.

Para saber mais sobre o “limbo” acesse a exposição do Pe. Alex Brito, EP no link: http://www.arautos.org/tv/movie/show/*0e0WW020D5dN0py.

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