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Onde encontrar a paz verdadeira?

Eis que estamos no término de um ano e abertura de Ano Novo. Novas reflexões e perspectivas vão se abrindo, carregadas de esperança. Sim, temos o Salvador, o Cristo Jesus, o Deus e Homem verdadeiro que vem até nós! E um dos anseios que nos vem ao coração, é sem duvida que se realize a Paz no mundo e nas famílias. Óh, quanto desejamos a paz! Porém, onde encontrá-la?

Uma luz se fez brilhar no já “distante” e, no entanto, tão próximo, início deste terceiro milênio: se dava o lançamento em 2002 da Carta Apostólica de João Paulo II sobre “O Rosário da Virgem Maria”. Apresentava nosso beato o terço como um verdadeiro compêndio do Evangelho que nos convida a meditar os mistérios da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, na escola de Maria.

Ora, esta contemplação dos mistérios do terço, desde os mistérios gozosos, iniciando pela Anunciação do Anjo, passando pelos luminosos (instituídos pelo Santo Padre, de feliz memória) e dolorosos e, por fim, chegando aos gloriosos com a Coroação de Nossa Senhora como Rainha do Céu e da terra, tem como centro a meditação sobre Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.

É nesta meditação que receberemos as luzes, forças e graças para encontrarmos a verdadeira paz. Como nos transmite o Catecismo da Igreja Católica, “toda a vida de Cristo foi um contínuo ensinamento: seus silêncios, seus milagres, seus gestos, sua oração, seu amor ao homem, sua predileção pelos pequenos e pelos pobres, a aceitação do sacrifício total na Cruz pela redenção do mundo, sua Ressurreição constituem a atuação de sua palavra e cumprimento da Revelação” (1). Por isto, “os discípulos de Cristo devem conformar-se com Ele até Ele se formar neles. É por isto que somos inseridos nos mistérios de sua vida, com Ele configurados, com Ele mortos e com Ele ressuscitados, até que com Ele reinemos” (2) [grifo nosso].

Assim, ao “estarmos inseridos nos mistérios da Vida de Jesus”, teremos a paz verdadeira que procuramos, para nós, nossas famílias e para as nações. E fora de Nosso Senhor Jesus Cristo – quanto mais contra Ele – nunca se encontrará a paz digna de pessoas como somos redimidas pelo seu Sangue infinitamente precioso.

Como escreve Mons. João Clá Dias, EP, baseando-se no Beato João Paulo II: “Falta a paz, hoje em dia, não somente entre as nações, mas muitas vezes, até no recinto do lar. ‘Quanta paz estaria assegurada nas relações familiares, se fosse retomada a recitação do Santo Rosário em família’, exclamou o Papa no Angelus de 29 de setembro de 2002, quando anunciou o Ano do Rosário. E na citada Carta Apostólica ele alerta: ‘A família, célula da sociedade, está cada vez mais ameaçada por forças desagregadoras a nível ideológico e prático, que fazem temer pelo futuro dessa instituição fundamental e imprescindível e, consequentemente, pela sorte da sociedade inteira’” (3).

Alguém talvez pudesse objetar: mas será que tais palavras terão algum sentido, passados tantos anos? Valerá a pena incrementar a reza do terço? Será esta devoção atual?

Sem delongas, podemos responder, em consonância com o espírito dos fiéis Macabeus (Livro dos Macabeus): O dia em que meditar os mistérios da Vida de Jesus, através do olhar de Maria – e é este o significado do Santo Rosário – ficar ultrapassado, é melhor que Deus nos leve deste mundo, pois sem Cristo e sem a Mãe de Deus, é melhor morrer do que viver numa terra devastada e sem honra.

Que a Rainha da Paz, aquela que nas aparições de Fátima disse de Si, “Eu sou a Senhora do Rosário”, nos obtenha a graça, entre tantas outras, de rezarmos com sempre maior devoção, todos os dias, o Santo Rosário. E aí poderemos sem dúvida estarmos imersos numa atmosfera de paz verdadeira, evangelizando por meio dela o mundo inteiro. Paz e Felicidade em 2014!

Por Adilson Costa da Costa

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(1) Catecismo da Igreja Católica. Tópico n. 561. 11. ed. São Paulo: Loyola, 2001, p. 159.
(2) Catecismo da Igreja Católica. Tópico n. 562. 11. ed. São Paulo: Loyola, 2001, p. 160.
(3) Mons. João S. Clá Dias, EP. Paz no mundo e nas famílias. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. I, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 130-131.

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Virgem Maria: a Senhora do Rosário

Em 13 de outubro de 1917, junto à Cova da Iria na cidade de Fátima, Portugal, Nossa Senhora realiza a sexta e última aparição aos três pastorinhos.

Nessa data a Virgem Mãe de Deus faz uma revelação à Irmã Lúcia: “Eu sou a Senhora do Rosário”. E renova o pedido realizado nas aparições anteriores: “Rezem o Terço todos os dias, pela conversão dos pecadores”.

Nos colocamos a imaginar como teria sido esta magnifica experiência dos três pequenos pastores e para os cerca de setenta mil fieis que vieram de todos os lugares de Portugal, em sinal de fé e devoção à Santíssima Virgem.

Procurando difundir cada dia mais a devoção ao Santo Rosário, para que através da oração levemos alegria ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria; e celebrando a Liturgia da Santa Igreja, que consagra o dia 7 de outubro à Festa de Nossa Senhora do Rosário, trazemos aos leitores do Blog um programa onde Mons. João Clá Dias, EP., narra com riqueza de detalhes e imagens os acontecimentos que ocorreram naquela manhã de outono na Cova da Iria.

Acompanhemos as explicações do Fundador dos Arautos clicando aqui.

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Frase da Semana – Nossa Senhora do Rosário

“Eu sou a Senhora do Rosário”

Nossa Senhora, em Fátima, aos 13 de Outubro de 1917 1

Nossa Senhora do Rosário de Fátima

Apresentando a Frase da Semana, o Blog dos Arautos de Maringá tem sempre a intenção de trazer a seus assíduos leitores, frases e pensamentos que os animem na prática da virtude e, principalmente, na busca da santidade, procurando levá-los a cumprir a sua Vocação maior que é conhecer, amar e servir a Deus.

Às vezes nos deparamos com frases muito bem elaboradas, até com certa complexidade no seu conteúdo. Outras vezes, esses pensamentos são os mais simples e diretos possíveis, o quais, no entanto, nada perdem em termos de profundidade. Este é exatamente o caso da Frase desta semana. Extremamente curta, simples e direta, mas, inteiramente reveladora da bondade de Maria para com seus filhos.

Com efeito, a frase foi proferida por Nossa Senhora, ao encerrar o ciclo de seis aparições (de maio a outubro de 1917), em Fátima, Portugal. Durante meses, os pastorinhos recebiam a visita da “Senhora”… Mas, quem exatamente era Ela? Na última aparição, em 13 de Outubro, Ela deixa bem claro: Eu sou a Senhora do Rosário: rezem o terço todos os dias pela conversão dos pecadores.

O Rosário é talvez a devoção mais popular existente na Igreja. A meditação dos seus mistérios constitui uma verdadeira catequese sobre a História de nossa Salvação, acessível a todas as pessoas, mesmo as mais simples e humildes. Revelando-se aos pastorinhos como a Senhora do Rosário, Maria Santíssima vem confirmar todos os benefícios e maravilhas que podem ser obtidos através da oração do Rosário. E, principalmente, vem pedir nossa correspondência a esse apelo do Seu amor maternal por toda a humanidade.

Neste dia 07 de Outubro a Liturgia da Igreja celebra a Festa de Nossa Senhora do Rosário. Comemorando como filhos esta data magnífica, peçamos a Ela que nos ajude sempre a sermos fiéis a Seus apelos de conversão. Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

Leia mais sobre o Rosário no site dos Arautos do Evangelho:

1) Blog Arautos do Evangelho Maringá. O Terço nas palavras dos Papas e dos Santos II – A Origem do Rosário.

2) Arautos do Evangelho. O Rosário e a Paz.


1Monsenhor João Clá Dias. Fátima. O meu Imaculado Coração Triunfará. 2ª ed. São Paulo: ACNSF, 2007, p. 32.

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São Domingos: De onde vem a paz deste Santo?

Quantos de nós, tantas vezes tomados por ocupações, atividades de toda ordem, estudos, trabalhos e, neste vale de lágrimas, acompanhados de preocupações, temos necessidade de colocar nosso olhar sobre algo que traga paz, nos faça “mergulhar”, ou se quiser, “voar” para outros mundos onde imperam a tranquilidade e a paz?

São Domingos de Gusmão (1)

Contemplemos esta foto de um Santo muito especial: São Domingos de Gusmão, Fundador da Ordem dos Pregadores e devoto ardentíssimo do Santo Rosário, cuja festa se celebra neste início de agosto.

Está ele revestido do hábito de sua ordem, sentado e lendo pensativamente um livro. Uma nota é distintiva em seu semblante: serenidade. Esta palavra tão cheia de significados, soa-nos como uma poesia e nos propicia um refrigério de alma. Serenidade, paz, harmonia, eis o que nós queremos e buscamos!

Imagine você leitor se pudéssemos perguntar a ele: – Irmão Domingos, de onde vem tanta paz?

Ele, por sua pregação e exemplo de vida, sem dúvida nos daria a seguinte resposta:

– Minha paz e serenidade vem, não porque me faltem sofrimentos, mas porque vejo a vida com os olhos da fé, postos em Jesus e Maria, que me dão a clareza e lucidez da visão das coisas com deve ser, através do olhar Deles. Assim, não tenho sustos, medos, agitações e temores. “tudo posso, naquele que me conforta”, tudo vejo com clareza – que me dá serenidade – na Sabedoria em que confio.

Que Nossa Senhora da Paz nos obtenha, de Seu Divino Filho, a visão das coisas e a serenidade de que tantos de nós precisamos, tal qual concedeu a São Domingos de Gusmão.

Foto de afresco: São Domingos de Gusmão (por Fra Angélico) – Mosteiro de São Marcos, Florença (Itália)

Por Adilson Costa da Costa

Para conhecer mais sobre a história deste Santo acesse:

Mons. João S. Clá Dias. Os Santos comentados: São Domingos de Gusmão. Disponível em: http://santossegundojoaocladias.blogspot.com.br/2012/08/sao-domingos-de-gusmao.html

Arautos do Evangelho. São Domingos de Gusmão. Disponível em: http://www.arautos.org/especial/17940/Sao-Domingos-de-Gusmao.html

(1) Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Fra_Angelico_052.jpg

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O Terço na Palavra dos Papas e dos Santos

I – Uma Devoção a ser continuamente redescoberta.

             Uma das mais bonitas características da Língua Portuguesa (e de praticamente todas as línguas contemporâneas) é a sua vivacidade, a sua vitalidade. Com efeito, na medida em que o tempo passa e a História vai seguindo seu caminho, surgem novas demandas de comunicação e, para atendê-las, surgem palavras novas. Ao mesmo tempo, palavras já existentes vão se adaptando aos novos tempos e ganhando novos significados. Essa dinâmica é interessante e constitui-se em riqueza da Língua, pois uma de suas funções é propiciar uma comunicação eficiente.

            Um exemplo muito interessante é o que ocorreu com a palavra Terço. Se olharmos o dicionário, vemos que é definida como “que ou o que corresponde a cada uma das três partes iguais em que pode ser dividido um todo”. (1) A palavra terço pode ser um numeral: a terça parte de algo. Alguns dicionários também definem terço como a terça parte do Rosário. Neste caso, a palavra é um substantivo. Ainda, segundo o dicionário, Um Terço é “a terça parte do rosário, composta de cinco dezenas de contas, para a reza da ave-maria, intercaladas por cinco contas, correspondentes à oração do padre-nosso”. (2) Como muitos fiéis não tinham a possibilidade de rezar o Rosário Completo (os três conjuntos de Mistérios), rezavam o Terço, ou seja, a terça parte do Rosário.

            Mas… se a Língua é dinâmica, o Amor a Deus o é ainda mais: Por inspiração da Graça e movido por um imenso amor filial a Maria Santíssima, o Beato Papa João Paulo II acrescentou mais 5 mistérios ao Rosário, os Mistérios Luminosos. E agora, como fica? O Rosário passa a ser composto de 4 partes (4 mistérios). Cada parte do Rosário… continua a ser chamado de: Terço! Assim, quatro Terços e não mais “três terços” passam a formar o todo, que é o Rosário. Obviamente, quando se fala em Terço faz-se menção ao substantivo e não a um numeral. Para os fiéis que encontram na oração do Santo Terço uma devoção sólida, esse jogo de palavras pouco importa. O que importa é utilizarem-se dele para meditarem nos principais Mistérios de sua Fé!

            Portanto, quando nos referimos ao Rosário ou ao Terço, estamos falando da mesma Devoção. Rezar o Rosário significa rezar e meditar o conjunto dos quatro mistérios: Mistérios da Alegria (Gozosos), Mistérios Luminosos, Mistérios Dolorosos e Mistérios Gloriosos. Ao meditá-los, damos a volta em todo o Evangelho e, portanto, na História da nossa Redenção. E no que consiste a Devoção do Rosário? Qual é o seu histórico?

             Partindo do pressuposto de que, infelizmente, muitos católicos ainda não entendem plenamente o sentido dessa Devoção, a sua profundidade, a sua importância para nos ajudar a percorrer o caminho de Cristo, em companhia de Maria, iremos escrever esta série de artigos para tratar das maravilhas do Santo Rosário. Nas palavras do Beato João Paulo II: “Uma oração tão fácil e ao mesmo tempo tão rica merece verdadeiramente ser descoberta de novo pela comunidade cristã”. (3)

            Esta série de artigos pretende ser um pequeno passeio dentro do universo das palavras dos últimos Papas e de alguns santos sobre a sublimidade desta devoção. Muitos papas atribuíram uma grande importância ao Rosário: “Merecimento particular teve, a propósito, Leão XIII que, no dia 1º. de setembro de 1883, promulgava a Encíclica “Supremi apostolatus officio” alto pronunciamento com o qual inaugurava numerosas outras declarações sobre esta oração, indicando-a como instrumento espiritual eficaz contra os males da sociedade”. (4)

           Portanto, desde São Pio V, que no século XVI estabeleceu a invocação a Nossa Senhora do Rosário, como agradecimento à Virgem pela vitória da Cristandade na batalha de Lepanto, passando por Leão XIII (1878 a 1903) no século IX e até Bento XVI, há uma série de documentos muito interessantes nos quais os Sumos Pontífices apontam a eficácia do Rosário e sua utilidade no universo da piedade católica. Evidentemente, merece destaque o Beato João Paulo II que, como já comentamos, inaugurou uma fase luminosa na devoção ao Rosário, ao instituir, em sua magnífica Encíclica “Rosarium Virginis Mariae”, os Mistérios da Luz.

            Além dos inúmeros Papas, também vários santos se destacaram pelo amor ao Rosário. Alguns mais conhecidos, como São Luís Maria Grignion de Montfort, Santo Afonso de Ligório, São Pio de Pietrelcina e outros. Há outros santos, não tão conhecidos, como o Beato Bártolo Longo, o Beato Alano de La Roche, mas igualmente empenhados em sua difusão pelo mundo católico.

            No alto da Cruz, Nosso Senhor Jesus Cristo, num Solene ato de Amor, nos deu Maria como Mãe (Cf. Jo 19,26). Mais especialmente, coube ao Apóstolo Virgem, São João Evangelista, tomar a si o cuidado da Santíssima Virgem nos anos em que Ela ainda teria que permanecer nesta Terra, para uma missão complementar: Ajudar no florescimento da Igreja. Que graça imensa para este Apóstolo poder conviver com a Mãe de Deus, indagar-lhe sobre os principais Mistérios da vida do Salvador. Como teria se dado a Anunciação? Qual foi a reação de Maria quando o Anjo lhe anunciou que seria a Mãe de Deus? E como teria Ela passado, em companhia de São José, os três angustiantes dias antes reencontrar o Menino Jesus no Templo? E assim por diante. Como teriam sido essas conversas? Com que amor a Mãe instruía São João sobre estas e outras verdades? Quem de nós não gostaria de presenciar essas conversas, esse convívio entre Mãe e filho?

             Pois bem: a devoção ao Rosário é exatamente isso: Imaginemo-nos na casa de Éfeso, aos pés da Virgem Maria, meditando com Ela nos mistérios da vida de Jesus. A Mãe nos instrui e nos anima no Caminho de Cristo, compartilhando conosco todas aquelas coisas que Ela guardava no seu coração (Cf. Lc 2,52).

            Com efeito, o Rosário é uma oração eminentemente contemplativa: “Sem contemplação, o Rosário é um corpo sem alma e sua recitação corre o perigo de tornar-se uma repetição mecânica de fórmulas (…)”. (5) Assim, todas as vezes que rezamos o Rosário, estamos fazendo, em companhia de Maria, este exercício de contemplação.

            E, para que a nossa contemplação se torne mais santa, mais luminosa, mais de acordo com aquilo que a Igreja espera de nós, nada melhor do que buscarmos esse conhecimento, através das palavras dos Papas e dos Santos.

           Caro leitor: Contamos com a sua companhia durante este estudo! Ou melhor, durante esta Meditação! Rogamos à Santa Mãe de Deus que nos acompanhe, com Sua intercessão, para que, conhecendo melhor este grande instrumento de Salvação – que é o Rosário! – possamos crescer sempre mais no Amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, à Sabedoria Eterna e Encarnada.

Salve Maria!

João Celso


(1) Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Disponível em: http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=ter%25C3%25A7o
(2) Idem

(3) Papa João Paulo II. Carta Apostólica RosariumVirginisMariae. 9ª ed. São Paulo: Paulinas, 2005, p.58

(4) Idem, p. 6

(5) Papa Paulo VI. Exortação Apostólica Marialiscultus. n. 47.02 fev. 1974. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/apost_exhortations/documents/hf_p-vi_exh_19740202_marialis-cultus_po.html
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